Wilberto Boos ficou gravemente ferido ao ser atropelado, em 1977, enquanto ia de bicicleta para a praia com amigos que gostavam de desbravar Blumenau (SC) e a região sobre duas rodas.
As más lembranças, que incluem a morte do irmão Irineu, que o acompanhava, só fizeram-no ter certeza de que a vida era melhor sem carro.
Consequências do acidente, os problemas de saúde, como dores no joelho, nunca fizeram Wilberto abandonar a magrela. Ao contrário, tornou-se um cicloativista.
Era fundador da Associação Blumenauense Pró-Ciclovias, que organizava, entre outras coisas, passeios ciclísticos com escolas, crianças e idosos. Lutava não apenas por mais ciclovias, mas por uma cidade "para as pessoas".
Todas as terças, durante cerca de 25 anos, reuniu até uma centena de interessados para pedalar por Blumenau. Era o "Pedal do Boos".
Trajeto definido, ele passava aos participantes as informações necessárias, como distância a ser percorrida e condições do revelo. Era sempre o último a chegar, pois gostava de ajudar quem ficava para trás.
Fez ainda da bicicleta seu negócio ao abrir uma oficina mecânica só para elas. Na marca, os dois "oo" de Boos são as rodas de uma bike.
No ano passado, ao "Jornal de Santa Catarina", contou porque adorava pedalar: "Pedalando eu descubro a cidade [...] É minha incansável forma de viver e ser feliz".
Morreu na quinta-feira (18), aos 58 anos, de septicemia (infecção generalizada). Deixa a namorada, Ana, o irmão Renato e sobrinhas.