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    Gestor deve se licenciar da Santa Casa de SP nesta segunda

    THAIS BILENKY
    ROGÉRIO PAGNAN
    DE SÃO PAULO

    21/12/2014 02h00

    O provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Kalil Rocha Abdalla, deve se licenciar do cargo.

    A Folha apurou que, em conversa neste sábado (20), ele disse à cúpula da instituição que concorda com seu afastamento, solicitado por médicos e outros profissionais na sexta (19), e que vai entregar seu pedido de licença na segunda-feira (22).

    Procurado por meio de sua assessoria, o Kalil não se manifestou sobre o assunto até a conclusão desta edição.

    Segundo um dos dirigentes presentes na conversa, o superintendente do complexo hospitalar, Irineu Massaia, teria conseguido convencer o gestor de que a permanência dele seria prejudicial à maior instituição filantrópica do país.

    Com 7.000 funcionários, a Santa Casa faz, em média, 4.000 cirurgias, 31 mil consultas e 150 mil exames por mês.

    Sua continuidade no cargo era vista como a manutenção de um modelo de fracasso de gestão que levou o hospital à sua maior crise financeira.

    Assim, só o afastamento poderia ajudar a resgatar a credibilidade da instituição.

    Auditorias contratadas pelo governo paulista apontaram que a dívida do hospital é de R$ 773 milhões; inicialmente, a gestão Kalil havia divulgado que era de pouco mais de R$ 400 milhões.

    Os dados mostram ainda, como revelou a Folha na semana passada, que imóveis da instituição, sob responsabilidade direta do provedor, estão alugados por valores até 81% abaixo dos de mercado.

    ABAIXO-ASSINADO

    O pedido de licença, se confirmado, ocorre após uma "rebelião" do corpo clínico que, na sexta, entregou ao provedor um abaixo-assinado pedindo seu afastamento.

    Também ocorre após sinais do governo, com apoio do Ministério Público, de que não mais transferirá recursos para a instituição enquanto Kalil estiver no cargo, pois sua gestão seria a razão da atual crise que vem atrasando salários e reduzindo o atendimento de pacientes.

    E, por fim, ocorre menos de uma semana após Kalil dizer que estava confortável no cargo e não via por que se afastar.

    Conforme dirigentes, a mesa -órgão composto por membros da irmandade que gere a Santa Casa voluntariamente- está de acordo com a saída e pretende procurar o vice-provedor, Ruy Altenfelder, para que ele assuma o cargo.

    Além da gestão voluntária, encabeçada pelo provedor, a Santa Casa tem outra profissional, comandada pelo superintendente. Kalil está em seu terceiro mandato.

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