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    Em meio a crise, Santa Casa discute fechar após ameaça de fornecedores

    ROGÉRIO PAGNAN
    THAÍS BILENKY
    MONIQUE OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    23/12/2014 02h00

    Diante da ameaça de três fornecedores de romperem contrato por falta de pagamento, a Santa Casa de São Paulo discute a possibilidade de fechar as portas em 2015 –medida ainda mais drástica que a de julho, quando deixou pacientes sem atendimento no pronto-socorro central.

    A informação foi repassada pelo superintendente Irineu Massaia a um grupo de médicos nesta segunda-feira (22) e será discutida em reunião emergencial da mesa administrativa da instituição na manhã desta terça (23).

    Segundo a Folha apurou, Massaia deve informar aos mesários sobre a abertura de um processo de fechamento do hospital em janeiro caso não consiga viabilizar um empréstimo de R$ 40 milhões da Caixa Econômica Federal.

    Para isso, quer que seja aprovada imediatamente a alienação de ao menos um dos 759 imóveis da instituição como garantia bancária.

    Daniel Guimarães - 3.abr.2014/Folhapress
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    Sem esse dinheiro, a superintendência afirma não haver como negociar a continuidade dos prestadores de serviço e pagar funcionários.

    Com 7.000 empregados, a Santa Casa faz, em média, 4.000 cirurgias, 31 mil consultas e 150 mil exames por mês.

    Em julho, ela fechou seu pronto-socorro central por 28 horas sem aviso prévio, pegando pacientes de surpresa.

    O processo de fechamento cogitado pela superintendência agora tem como um dos objetivos ajustar a demanda com Estado e prefeitura para evitar interrupção abrupta.

    As empresas que ameaçam suspender os serviços são responsáveis pela lavanderia, alimentação (de funcionários e pacientes) e combustível.

    A que cuida da limpeza do hospital já havia anunciado na semana passada rompimento do contrato –e só atuará até janeiro. A decisão levou a instituição a suspender nos últimos dias cirurgias e exames não emergenciais.

    LICENÇA

    Na reunião desta manhã também será discutida a licença de 90 dias do provedor Kalil Rocha Abdalla, cuja gestão é criticada por médicos e Promotoria. Ele anunciou a decisão no final de semana –mas foi alvo de resistência da mesa administrativa.

    O vice-provedor Ruy Martins Altenfelder Silva disse, em carta endereçada a Kalil, que essa licença só pode ocorrer após discussão da mesa. "Sua carta teria validade se em vez de pedido de licença' o senhor estivesse renunciando', este sim ato unilateral", diz trecho da carta.

    O pedido de licença também foi criticado por funcionários da Santa Casa que nesta segunda fizeram um protesto no hospital, liderados por um grupo de médicos.

    Na sexta (19), esses profissionais já tinham protocolado abaixo-assinado pedindo a saída do profissional. Kalil aceitou pedir licença temporária, mas não a renúncia.

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