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    'Vítimas de raio caíram no chão igual flor se abrindo', diz empresário em SP

    JULIANA COISSI
    LÍGIA MESQUITA
    ENVIADAS ESPECIAIS A PRAIA GRANDE

    30/12/2014 02h00

    Foi só ver o temporal se formar no céu que o empresário Edelcio Luciano Berbel, 41, de Sorocaba (a 99 km de São Paulo), decidiu deixar a praia Canto do Forte, em Praia Grande (SP), na tarde desta segunda-feira (29), para se refugiar no apartamento alugado em frente ao mar.

    Ele observava a chuva da sacada, no 10º andar, quando viu o raio, o único que até então atingira a praia, cair em cima de dois guarda-sóis onde estavam oito pessoas da mesma família -quatro delas morreram.

    "Eu vi um clarão enorme em cima dos guarda-sóis e [ouvi] um estrondo forte. Eles [vítimas] caíram no chão igual pétala de flor se abrindo, uma para cada lado", conta Berbel.

    O empresário acompanhou a aglomeração de banhistas em torno dos guarda-sóis chamuscados. Eles tentavam, em vão, massagear o peito das vítimas no chão, até a chegada de bombeiros.

    Berbel registrou, com seu celular, fotos e vídeos do acidente, mas ele diz que é a imagem em sua memória que dificilmente esquecerá.

    "Eu fecho os olhos e ainda me lembro perfeitamente da cena. Eu digo que, infelizmente, eu vi isso."

    Veja vídeo

    'VIZINHOS DE PRAIA'

    O clarão e o estrondo que se seguiu provocaram uma gritaria geral na praia Canto do Forte, segundo testemunhas. Por reflexo, todos se abaixaram e, em seguida, olharam na direção dos guarda-sóis atingidos e viram as vítimas no chão.

    Momentos antes do acidente, a família da dona de casa Priscila Moretti, 47, de Ribeirão Pires (Grande São Paulo), estava sentada ao lado dos dois guarda-sóis que abrigavam as vítimas.

    Mas, ao contrário delas, Priscila decidiu sair da praia ao notar a ameaça de temporal. Do apartamento ouviu um barulho intenso e se assustou ao perceber, na sacada, que o raio atingira seus vizinhos de praia.

    A dona de casa recorda-se de, há cerca de dez anos, estar na areia, ali também em Praia Grande, quando uma mulher foi atingida na água por um raio e morreu.

    "Sempre que vejo chegar temporal eu saio da praia. Não dá para arriscar", afirmou Priscila.

    Editoria de Arte/Folhapress

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