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    Para secretário, parte da lotação é causada por emprego longe de casa

    ANDRÉ MONTEIRO
    DE SÃO PAULO

    02/01/2015 02h00

    O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, diz que a lotação do transporte público ocorre em parte devido à má distribuição de emprego e moradia em São Paulo, que exige grandes deslocamentos rumo ao centro.

    "No horário de pico, no mundo inteiro, há um problema de excesso de lotação. Esse é um problema de organização das cidades, e São Paulo não é diferente. Resolver esse problema é de longo prazo, e o Plano Diretor aponta um pouco para isso, para que as pessoas possam trabalhar perto de suas residências."

    Ele diz que o transporte de massas deveria ser feito pela rede de metrô e trens, e caberia aos ônibus um papel complementar. "Mas a gente não fica parado, esse é o diagnóstico. Nós estamos tomando medidas em relação ao excesso de lotação", afirma.

    Entre elas está uma reformulação nas linhas da cidade, que deve começar no primeiro semestre de 2015.

    A ideia é criar quatro redes de linhas para atender melhor a demanda por viagens em períodos diferentes do dia. A primeira será a rede da madrugada, com 140 linhas que vão passar nos pontos em no máximo 15
    minutos.

    Depois serão estipuladas as linhas dos finais de semana, as do horário fora dos picos e, por último, as linhas que vão funcionar nos picos da manhã e da tarde.

    Haverá mudanças no percurso e nos horários das linhas. A ideia é que nos corredores exclusivos circulem menos linhas do que hoje –de dezenas para três ou quatro.

    Elas serão divididas entre paradoras, semiexpressas (paradas só em alguns pontos) e expressas (do ponto inicial ao final sem paradas).

    Também haverá linhas que só funcionarão em alguns períodos do dia, ou que farão percursos diferentes dependendo do horário.

    A mudança será implementada aos poucos, mas a prefeitura reconhece que será preciso amplo trabalho de informação. "O passageiro vai ter que reaprender a andar de ônibus", diz Ana Odila Souza, diretora de planejamento da SPTrans.

    A estrutura em rede vai exigir mais trocas de ônibus –o que sempre gera reclamação dos passageiros. Mas Souza diz esperar que, com uma frequência maior e mais previsível, o passageiro vai ter um ganho de tempo e aderir.

    A viabilidade do plano exige que a operação do sistema seja controlada de outra forma pela prefeitura.

    Hoje são estabelecidos horários fixos para cada linha, mas a ideia é que uma central passe a aumentar ou diminuir a frequência de partidas de ônibus de acordo com a necessidade, em tempo real.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Uma de cada 6 linhas de ônibus de São Paulo está superlotada

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