• Cotidiano

    Saturday, 18-May-2024 07:01:54 -03

    Turistas aproveitam dia de sol forte em São Sebastião, no litoral paulista

    JULIANA COISSI
    ENVIADA ESPECIAL A SÃO SEBASTIÃO (SP)

    02/01/2015 20h53

    O alemão Gustav Aasmann, 79, parecia olhar satisfeito para o mar de Juqueí, em São Sebastião, no litoral norte paulista. Se estivesse nesta sexta-feira (2) em Nordhorn, sua cidade natal, enfrentaria um frio de 4ºC –a temperatura foi verificada pelo filho dele, Ralf Aasman, 48, no celular. Já nesse trecho do litoral, fazia 36ºC no início desta tarde.

    A história de Gustav com Juqueí começou há 41 anos, quando ele chegou ao Brasil. A rodovia não era asfaltada quando o irmão mais velho lhe mostrou o começo da praia.

    "Ah, lindo, um paraíso. Disse a ele que, se conseguíssemos um terreno, eu aceitava comprar", conta o aposentado, que mora em São Paulo, mas costuma passar os feriados em Juqueí.

    Para o vendedor ambulante Waldemar Barreto, 35, o calor dos últimos dias lembra sua infância. "Falo para todo mundo que minha terra é quente, mas hoje aqui está demais", conta o mineiro de Virgem do Lapa, próximo à fronteira com a Bahia, onde é normal fazer mais de 30ºC.

    O cesto de plástico que o arquiteto João Ayer, 38, usa para acumular água em São Paulo foi utilizado, em Juqueí, para refrescar o filho Tomás, 2, que tem medo de entrar no mar. Assim como outras crianças, o menino estava coberto do branco do protetor solar.

    'LOUCURA, ANYWAY'

    Mesmo com a sensação de derreter sob o sol, a consultora de marketing Giselle Tromboni, 50, comemora a estadia que já dura uma semana na praia. "Em São Paulo, mesmo com ar-condicionado no trabalho, você sempre sai para a rua para almoçar ou ir a alguma reunião", diz.

    A preocupação dela, no momento, é descobrir como fugir do caos na volta do feriado. A ideia era retornar na noite de hoje mesmo, ou no máximo neste sábado. "Acho que todos vão voltar no domingo, mas sei que alguns vão pensar como eu e ir no sábado. Será uma loucura, 'anyway' [de qualquer modo]", ri.

    Alheio aos cuidados dos turistas com o sol, Armando dos Santos, 63, prefere caminhar sem chinelos na areia quente e dispensa o protetor solar enquanto empurra seu carrinho de sorvete. Ele explica: é caiçara, "nascido e criado em Juqueí". "Meu pé está calejado e a pele já não sente mais nada", diz, mostrando os braços bronzeados.

    Por volta de 20h, o movimento continuava grande na rodovia Rio-Santos, com congestionamento no sentido centro, depois de Barra do Sahy. No sentido capital, uma árvore que caiu após a chuva do início da noite bloqueava parte da pista na altura do km 170.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024