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    Rio de Janeiro

    Mais de 50 vítimas de acidente com trens já foram ouvidas pela polícia

    DA AGÊNCIA BRASIL
    DE SÃO PAULO

    06/01/2015 21h33

    Mais de 50 pessoas envolvidas no acidente que envolveu dois trens na noite de segunda-feira (5), na Baixada Fluminense, prestaram depoimento nesta terça (6) na 53ª DP, em Mesquita. Além dos passageiros, foi ouvido o maquinista da composição atingida, Carlos Henrique da Silva França.

    Para o delegado Matheus Almeida, o maquinista garantiu que a viagem transcorreu sem nenhum incidente técnico. "Ele disse que o trajeto foi normal, que apenas recebeu uma comunicação da sala de controle informando que haveria um problema a partir da estação de Comendador Soares [mais à frente]".

    Segundo Almeida, o outro maquinista deve ser ouvido nesta quarta-feira (7), assim como o controlador de tráfego. "São duas pessoas chaves para a nossa investigação. Com a oitiva dos dois, queremos saber se houve algum problema de falha de comunicação ou falha de sinalização", afirmou o delegado.

    O acidente aconteceu por volta das 20h20, na estação Juscelino, quando um composição, que vinha da Central do Brasil, atingiu uma outra que estava parada na estação. Balanço divulgado nesta terça pela Secretaria Estadual de Saúde aponta ao menos de 229 pessoas feridas na batida.

    Douglas Viana/Futura Press/Folhapress
    Batida entre dois trens deixa cerca de 40 feridos na Baixada Fluminense
    Batida entre dois trens deixa pelo menos 229 feridos na Baixada Fluminense

    O maquinista do trem que estava em movimento era esperado para prestar depoimento nesta terça, mas alegou estar sem condições emocionais.

    O pedreiro Alessandro Firmino Conceição equilibrava-se em duas muletas enquanto aguardava para depor. "Eu estava em pé, quando houve o choque. Acabei batendo contra um dos ferros verticais em que os passageiros se apoiam e várias pessoas caíram por cima de mim. Tentei me levantar e não consegui, pois a perna ficou presa", disse Firmino.

    Ao seu lado, o auxiliar de escritório Yuri Sena também tinha a perna enfaixada. "Eu estava encostado na porta. O trem estava cheio. Eu cai e fiquei com a perna presa em um dos bancos. Todos caíram também. Fui atendido no hospital. Eles diagnosticaram lesão muscular."

    Pior situação viveu a auxiliar administrativa Elisangela dos Santos Vera Cruz, que foi jogada para fora do vagão e caiu em cima dos trilhos. Com o braço imobilizado, ele relatava os momentos de angústia que viveu. "Foi um susto muito grande. Do nada, quando me deparei, já estava em cima dos trilhos. Só escutamos aquele estrondo. Esta noite nem consegui dormir. Estou com muita dor", disse ela, que viajava no penúltimo vagão, próximo da traseira do trem, justamente a parte atingida pela outra composição.

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