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    Ônibus param por quatro horas em Curitiba e motoristas ameaçam greve

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA

    08/01/2015 13h25

    Motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba fazem nesta quinta-feira (8) uma paralisação em protesto contra o atraso no pagamento de salários.

    Pouco mais de 30% da frota, especialmente na região central, ficou parada nos terminais e deixou de circular. O protesto começou às 10h e foi até as 14h.

    Os motoristas reclamavam que não receberam o adiantamento salarial de algumas empresas, no final de dezembro, e que o salário de janeiro, que deveria ter sido depositado até ontem (7), ainda não foi pago.

    Depois da paralisação, no final da tarde, o dinheiro foi depositado. A Prefeitura de Curitiba fez um aporte emergencial de R$ 3,8 milhões ontem, para viabilizar o pagamento. Com isso, foi descartada nova paralisação ou greve a partir de sexta (9).

    As empresas de ônibus argumentam que estão sem dinheiro devido a atrasos do governo do Paraná, comandado por Beto Richa (PSDB), que dá um subsídio mensal ao sistema.

    Estelita Hass Carazzai/Folhapress
    Ônibus fecham rua à sede do governo do Paraná, em paralisação dos motoristas de Curitiba
    Ônibus fecham rua à sede do governo do Paraná, em paralisação dos motoristas de Curitiba

    Segundo a Prefeitura de Curitiba, que administra o sistema e é comandada por Gustavo Fruet (PDT), são três meses de atraso, num total de R$ 16,5 milhões.

    O sindicato dos motoristas fechou a rua de acesso ao palácio do governo com dezenas de ônibus e protesta em frente ao local.

    "A culpa é desse maldito tal de subsídio", dizia o locutor do carro de som. "Por causa dele, os trabalhadores passaram um fim de ano infeliz, governador."

    O governo do Estado admitiu em nota que há pagamentos em atraso, mas diz que "honrará todas as parcelas" do subsídio. A gestão de Richa também disse ter interesse em renovar o convênio, que venceu em dezembro, mas discorda da metodologia de cálculo da prefeitura –que é adversária política do tucano.

    Para o governo, o custo do passageiro metropolitano, que é a base para a definição do repasse estadual, é de R$ 2,85 –e não de R$ 4,07, como sustenta a prefeitura. Com isso, os valores do subsídio diminuiriam drasticamente.

    O município, por sua vez, defende seus cálculos e tem feito apelos públicos pela renovação do subsídio. Ontem, acusou o governo estadual de "desinteresse".

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