O maquinista Luiz Felipe Moreira Breves admitiu à polícia do Rio que avançou o sinal vermelho com permissão do controlador Fábio Oliveira pouco antes do trem colidir com outra composição parada, que embarcava e desembarcava passageiros, na estação Juscelino Kubitschek, em Mesquita, na Baixada Fluminense.

Luiz Moreira chegou por volta das 10h30 na 53ª DP (Mesquita) e às 15h15 ainda prestava depoimento. O controlador foi ouvido nesta quarta (7) e disse apenas que o maquinista avançou o sinal sem autorização.

"São declarações que não batem...logo um deles não está falando a verdade", disse o delegado Matheus de Almeida à Folha.

Segundo o delegado, será preciso fazer uma acareação [colocar frente a frente] entre o maquinista e o controlador. Oliveira era o controlador responsável pelo ramal Japeri no dia do acidente.

"O maquinista disse que o sinal estava vermelho, mas que, tendo a autorização do controlador, ele poderia avançar. O maquinista diz que teve a permissão do controlador para seguir viagem assim mesmo", destacou o delegado.

O acidente aconteceu na noite de segunda-feira (5), por volta das 20h30, no ramal Japeri, em Mesquita. No total, 229 pessoas ficaram feridas.

O maquinista viu que a composição não ia parar e se jogou pela porta do vagão nos trilhos para se salvar.

Até as 15h desta quinta (8), quatro passageiros continuavam internados no Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, na Baixada. De acordo com médicos da unidade, um deles sofreu traumatismo craniano e os outros fraturas, mas passaram por cirurgias e seguem com quadro estável. As outras vítimas foram atendidas e liberadas no dia seguinte ao acidente.