Por sorte o Bistrô Charlô, um dos mais tradicionais dos Jardins, na zona oeste de São Paulo, não abriu as portas nesta semana.
Se o banqueteiro Charlô Whately tivesse retornado do recesso de fim de ano, teria que lidar com a falta de luz e a interrupção do trânsito provocada pela queda de uma árvore em frente a seu estabelecimento na rua Barão de Capanema no fim da tarde desta quinta-feira (8).
Isso sem contar o prejuízo do qual alguns restaurantes vizinhos não escaparam.
No D.O.M, o premiado e caro estabelecimento do chef Alex Atala, a receita do jantar ficaria 50% menor do que a de um dia normal, segundo o gerente André Novaes.
Sem luz desde as 18h30, a casa, que costuma oferecer menu-degustação de quatro e oito pratos, teve que reduzir a produção e ficar apenas com a primeira opção.
Das 21 mesas, o gerente só liberou a ocupação de 16, para quem já tinha reserva.
Para iluminar o salão, velas foram colocadas sobre as mesas depois que a bateria das luzes de emergência, com mais de três horas de uso, chegaram ao fim. Na cozinha toda de vidro, os cozinheiros contavam com uma lamparina para não ficar às escuras.
Na rua Padre João Manoel, a menos de uma quadra do D.O.M, o misto de bar e restaurante Brown Sugar, do jogador de polo Rico Mansur, ex-namorado de Gisele Bündchen, teve de fechar as portas às 22h –a cozinha estava sem funcionar desde a queda da árvore na Barão de Capanema. "
Ficamos servindo apenas bebidas", diz o gerente Eduardo Canaba. Ele calcula em R$ 30 mil o prejuízo da casa.
MAIS ÁRVORES CAÍDAS
A queda de mais duas árvores nos Jardins afetou o trânsito e a rotina dos moradores com a falta de luz.
Uma quadra da rua Oscar Freire foi interditada porque uma árvore de um dos edifícios mais tradicionais da via, o Azul e Branco, ao lado do hotel Emiliano, caiu derrubando a grade.
Por pouco, os galhos não atingiram um carro estacionado. Como a fiação no local é subterrânea, a energia não foi afetada.
Na alameda Casa Branca esquina com a Lorena, a árvore atingiu três veículos e deixou diversos prédios sem luz. Até as 22h, nenhuma das árvores havia sido removida.