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    Crise da água

    Padilha acusa Alckmin de 'estelionato eleitoral' por admitir racionamento

    DE SÃO PAULO

    14/01/2015 15h55

    O ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT) acusou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) de "estelionato eleitoral" por ele ter reconhecido apenas nesta quarta-feira (14) que há racionamento de água em São Paulo.

    O petista, que foi adversário do tucano na disputa eleitoral do ano passado, ressaltou que o governador afirmou durante a campanha estadual que "não falta água" em São Paulo.

    "Passada eleição, o mesmo governador que no debate disse 'não falta água em São Paulo' agora admite que há racionamento! Estelionato eleitoral!", criticou Padilha, em mensagem publicada no Twitter.

    Nesta quarta-feira (14), o governador afirmou que não é necessário decretar o racionamento de água em São Paulo, porque na prática ele ocorre desde o ano passado.

    A declaração foi feita um dia depois de a Justiça ter proibido a cobrança de sobretaxa para quem consumir mais água do que a média. O governo estadual anunciou que vai recorrer da decisão judicial.

    "Aguardando se Alckmin irá admitir também que São Paulo piorou seus indicadores de educação e cresceram número de roubos e de mortes pela Polícia Militar em 2014", provocou o petista também na rede social.

    Em entrevista à Folha, publicada em setembro, o governador chegou a garantir que não havia risco de haver racionamento de água neste ano.

    "Nós não precisamos ter chuva abundante. Pode até chover menos do que a média que ultrapassaremos o novo período seco. Por quê? Porque temos as demais represas bem cheias, temos sistemas de substituição crescentes e há mais reserva técnica. Há um conjunto de fatores", afirmou o governador na ocasião.

    Em nota, o PSDB de São Paulo afirmou que Padilha "tenta criar fatos para deixar o ostracismo onde se encontra" e defendeu o raciocínio de Alckmin. "O que Alckmin colocou é que já há uma redução no volume de água captado em São Paulo, inclusive por determinação da agência federal, o que, na prática, já impõe medidas restritivas."

    SOBRETAXA

    A sobretaxa suspensa pela Justiça já havia sido regulamentada pela Arsesp (agência reguladora do Estado) e estava valendo desde a última quinta-feira (8). A tarifa adicional seria cobrada dos usuários cujo consumo mensal ultrapassasse a média no período de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014.

    Quem tivesse o consumo igual ou menor que 20%, teria 40% de acréscimo na conta de água (desconsiderando o serviço de esgoto, que representa metade da conta cobrada pela Sabesp). Já os consumidores que gastassem acima de 20% em relação a sua média teriam ônus adicional de 100% na conta.

    A sobretaxa foi anunciada inicialmente para as 31 cidades da região metropolitana de São Paulo e depois foi ampliada para as região de Bragança Paulista e Campinas, o que elevou o total de cidades para 43.

    Além da Grande São Paulo, seriam afetadas Itatiba, Jarinu, Monte Mor, Paulínia, Hortolândia, Morungaba, Bragança Paulista, Joanópolis, Nazaré Paulista, Pinhalzinho, Piracaia e Vargem.

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