Os policiais militares Marcio José Watterlor Alves e Delviro Anderson Moreira Ferreira, envolvidos na morte da estudante Haíssa Vargas Motta, 22, se entregaram na manhã desta quinta-feira (15) ao comando do 41º Batalhão de Irajá, onde trabalhavam na zona norte do Rio, um dia após terem prisão preventiva decretada pela Justiça.
Em nota, a PM informou que os policiais serão submetidos a exames médicos e encaminhados à Unidade Prisional da PM, o BEP, em Benfica, também na zona norte. Haíssa foi morta a tiros em agosto de 2014 durante operação policial registrada pela câmera do próprio carro da PM. As imagens foram divulgadas no último domingo (11) pela revista "Veja".
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Câmera do carro mostra PMs descendo para abordar vítima |
Segundo nota publicada pelo Tribunal de Justiça do Rio, o Ministério Público não pediu a prisão dos policiais, mas o juiz, Glauber Bitencourt Soares da Costa, da 1ª Vara Criminal de Nilópolis (Baixada Fluminense), considerou que o Judiciário deve assegurar às testemunhas a tranquilidade necessária para que compareçam em juízo sem medo.
"Em que pese ter sido noticiado que os réus foram afastados das funções de policiamento ostensivo, certo é que tal circunstância é insuficiente para assegurar a livre colheita da prova. Na espécie, somente a prisão cautelar é que poderá afastar qualquer temor por parte das testemunhas arroladas pelo órgão acusador", afirmou o magistrado.
"As imagens, em juízo preliminar de valor, denotam que inúmeros disparos de arma de grosso calibre foram efetuados na direção de um veículo com cinco jovens, conduta que ceifou a vida da jovem Haíssa Vargas Motta e enlutou uma família inteira', acrescenta.
A Polícia Civil indiciou o soldado Márcio José Watterlor Alves, que atirou em Haíssa, por homicídio doloso, quando há intenção de matar. A Polícia Militar também abriu um inquérito para investigar a conduta dos policiais, que chegaram a ser afastados das ruas. Apesar de todas as evidências, mais de cinco meses depois, a PM diz que o inquérito ainda está em fase de conclusão.