"Mente vazia, morada do diabo", dizia, rindo, o paulistano Renato Alves Bittencourt. Por isso, lia, ouvia música, via filmes, exercitava-se.
Não raro, abria um raciocínio com "Sonhar o sonho impossível...", trecho de "Dom Quixote", obra de seu escritor favorito, Miguel de Cervantes.
Era um apaixonado por literatura. E, devido a esse gosto pelas letras, aprendeu inglês, francês, alemão, italiano e russo. Quando começava a estudar, não parava até que pudesse ao menos ter uma conversa na nova língua.
Costumava ser quase obsessivo em seus estudos. Assim foi ao pesquisar sobre a Segunda Guerra ou quando passou a assistir cinema italiano, fascinado que ficou por "Profumo Di Donna", com Vittorio Gassman.
No quesito esporte, mostrou-se ativo até os 79 anos. Praticava tênis, religiosamente, três vezes por semana.
Advogado formado pelo Largo São Francisco, trabalhou em empresas como Votorantim e Itaú Fertilizantes. Foi ainda conselheiro do Liceu de Artes e Ofícios e diretor-superintendente da Fundação Padre Anchieta. Em 1995, ocupou interinamente a presidência da TV Cultura.
No final da década de 1980, atuou no mercado imobiliário, na região de Sorocaba (SP). Ajudou a criar o Vila Amato, bairro com lotes a preços acessíveis e que dava, por exemplo, orientações de construção para o proprietário não gastar muito na obra.
O projeto, inovador, venceu o Prêmio Master Imobiliário Ação Social em 2005.
Morreu no dia 8, aos 80, de insuficiência respiratória. Deixa a viúva, Monica, após 53 anos de casamento, três filhos e quatro netos.