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    Policiais disparam spray de pimenta em jovem desmaiada em protesto

    ARTUR RODRIGUES
    ANGELA BOLDRINI
    GIBA BERGAMIM JR.
    LEANDRO MACHADO
    DE SÃO PAULO

    16/01/2015 23h08

    Policiais militares usaram spray de pimenta contra um grupo que tentava socorrer uma jovem que havia desmaiado durante o protesto do MPL (Movimento Passe Livre).

    Ela foi encontrada desacordada no Viaduto do Chá, após a PM lançar bombas de gás e efeito moral para dispersar os manifestantes.

    O grupo tentava retirar a mulher da área onde ocorria o confronto, passando por um cordão policial, quando foi impedido pelos PMs. A Folha presenciou a cena, que ocorreu na praça do Patriarca, centro.

    A jovem, que não foi identificada, foi vista pela reportagem logo após a dispersão dos manifestantes que fugiram das bombas de gás lançadas pela PM no viaduto do Chá.

    Veja vídeo

    No chão, com uma câmera fotográfica nas mãos, ela aparentava ter dificuldades para respirar. A reportagem comunicou uma policial que atuava no protesto, mas nada foi feito.

    Em seguida, dois ativistas a pegaram no colo e correram, junto com manifestantes e jornalistas, em direção a PMs que faziam um cordão de isolamento na praça do Patriarca.

    Eles não permitiram que os jovens passassem com a moça e, após uma discussão, dispararam o spray no rosto de manifestantes e jornalistas, atingindo também a jovem desmaiada.

    Leandro Machado/Folhapress
    Manifestante sendo carregada por companheiros
    Manifestante sendo carregada por companheiros

    Em seguida, um policial que desceu de um viatura empunhando uma arma com balas de borracha apontadas para os manifestantes, ordenava que as pessoas saíssem do local.

    O músico Vinicius Duarte, 27, afirmou que carregava a moça quando policiais usaram spray de pimenta. "Atingiram a pessoa desacordada", disse. André Souza, 24, professor, confirma a versão de Duarte. "Jogaram gás na gente e derrubamos a moça no chão".

    "Nem a Secretaria de Segurança Pública nem a PM tem conhecimento destes fatos. Se eles forem apresentados, serão analisados pela secretaria", diz nota do governo estadual sobre o caso.

    O major da PM Victor Fedrizzi afirmou que os policiais que a passagem foi negada porque é preciso. "Em alguns momentos tem que isolar alguns locais. Se houve algum abuso, os manifestantes têm o direito de denunciar."

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