Ricardo Teixeira de Almeida realizou um sonho que poucos corintianos conseguiram: pisar no Itaquerão antes da inauguração do estádio.
Teve até foto para registrar o momento, usando capacete de segurança. O paulistano, porém, não estava lá (apenas) como torcendo; sua função era vistoriar a obra, garantindo que o espaço pudesse ser liberado para a Copa.
Engenheiro civil da Caixa, Ricardo não conseguiu voltar ao estádio como torcedor do Corinthians ou da seleção brasileira devido ao tratamento de um câncer de pulmão.
Fazia questão, no entanto, de ressaltar como a nova casa do Timão tinha ficado bonita —já a do Palmeiras parecia um shopping center, dizia.
Verde, aliás, era uma cor que não fazia parte de sua vida, assim como qualquer outra referência ao rival. Sua filha, por exemplo, não pode colecionar os bichinhos de pelúcia da Parmalat, famosos nos anos 1990, porque a marca patrocinava o Palmeiras.
Trabalhando pela Caixa e, antes, pelo extinto BNH (Banco Nacional da Habitação), conheceu todos os cantos da capital paulista.
Tinha uma relação de "amor e ódio" por sua terra natal, conta a família. Iria se aposentar neste ano e então se mudar para o sítio em Cunha, no interior, que já visitava regularmente. Seu desejo era de uma vida idílica.
Pelos amigos, é lembrado como uma pessoa generosa e sempre alegre, que vivia com um sorriso no rosto.
Morreu na sexta-feira (9), aos 59 anos, devido ao câncer. Deixa a viúva, Aliette, a filha, Giuliana, a mãe, Renata, e a irmã, Eliana.