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    Diva Trindade Fernandes (1932-2015) - Adoçando Mococa há mais de seis décadas

    ANDRESSA TAFFAREL
    DE SÃO PAULO

    18/01/2015 00h00

    Abacaxi cristalizado era o que mais saía do fogão de tijolo da dona Diva. Cortada apenas por ela, a fruta era a predileta dos moradores e turistas da paulista Mococa.

    Dos tachos de cobre nos fundos da casa também surgiam pedaços açucarados de abóbora, de limão, de batata doce, de melancia... Sem contar as compotas, o doce de cidra, a goiabada.

    Diva Trindade Fernandes passou cerca de 65 anos ao redor do fogo. Os primeiros foram ao lado de dona Filomena, a mulher que lhe ensinaria o segredo dos doces caseiros. Depois foi tudo comandado e decidido por ela, que contou com a ajuda das filhas e de uma cunhada.

    Se as ajudantes estavam mexendo as panelas, não tirava os olhos de cima delas. "Olha o fogo", "não ficou bom o ponto", "corta menor", reclamava pela cozinha.

    A produção começou pequena, comprando açúcar quilo por quilo. O negócio então foi crescendo, assim como os sacos do ingrediente.

    Já a mocoquense transformou-se em "Dona Diva Doceira", e seus produtos, uma iguaria típica da cidade. Para os turistas que queriam levar uma lembrança de Mococa, os moradores indicavam os doces cristalizados.

    Ativa até o final da vida, Diva morreu de pneumonia na segunda-feira (12), dois dias antes de completar 83 anos. Viúva de José Carlos, o Nego Vila, deixa três filhos, quatro netos e três bisnetos.

    A missa do sétimo dia será neste domingo (18/1), a partir das 18h, na paróquia São Cristóvão.

    Depois que acabar o estoque de doces que estão prontos, a família deve fechar o negócio criado pela matriarca.

    coluna.obituario@uol.com.br

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