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    Bairros da região central de SP concentram maiores índices de furtos

    RICARDO BUNDUKY
    DE SÃO PAULO

    23/01/2015 11h53

    O grande volume de pessoas circulando em horário comercial e os polos de venda e consumo de crack fazem com que bairros da região central de São Paulo concentrem os maiores índices de furtos da cidade.

    Cerca de 2 milhões de pessoas passam pelo centro todos os dias, de acordo com a a associação Viva o Centro.

    Segundo a Secretaria da Segurança Pública, os sete distritos policiais que correspondem à região central somaram, de janeiro a novembro de 2014, 36.904 casos de furtos –o que representa 21% do total da cidade.

    A maior parte das ocorrências foi registrada no 1º DP (Sé), destino de 10.563 casos. O segundo colocado no ranking é o 3º DP (Santa Efigênia) que acumulou outros 6.465 furtos. A área engloba a região da cracolândia.

    As duas delegacias registram também números alarmantes de roubos (7.397, somados), embora sejam superados por distritos da periferia, como o Campo Limpo e o Capão Redondo, na zona sul.

    Delegado seccional do centro, Wagner Giudice estima que um terço dos casos de roubos e furtos na região seja de celulares. O perfil de quem furta é de um homem jovem e usuário de droga. "O objeto furtado é geralmente vendido ou trocado por droga. É um celular por dia para fumar [crack]", diz o delegado.

    Ainda segundo Giudice, são apreendidas, ao mês, cerca de 150 bicicletas, também roubadas e utilizadas pelos ladrões nessas ações. "Brincamos que aqui é a 'Divicleta', divisão de apreensão de bicicletas", diz, sobre os veículos acumulados que aguardam perícia.

    As taxas de crimes mais graves na região, como homicídios, não são baixas, mas não estão entre as maiores da cidade -na Sé, foram 16 mortes entre janeiro e novembro, enquanto que no Campo Limpo foram 48. É a frequência dos delitos menores que acaba gerando no paulistano a sensação de insegurança de andar pelas ruas do centro.

    O delegado, que assumiu o posto em janeiro, diz que uma de suas missões é combater com "vigor" o tráfico no local. "Há uma redução de crimes contra o patrimônio quando você prende um traficante. Porque você espanta os compradores, que são os caras que acabam roubando", diz Giudice.

    Segundo o delegado, o problema nunca é erradicado porque não está restrito ao centro. "Sempre pensei que houvesse um 'pai do crack', mas não existe. São várias 'famílias', que vem da zona leste e da zona sul para cá".

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