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    Crise da água

    Manifestantes fazem ato contra crise hídrica na sede do governo paulista

    DA AGÊNCIA BRASIL
    DE SÃO PAULO

    26/01/2015 12h19

    Um grupo de aproximadamente 15 pessoas fez um protesto na manhã desta segunda-feira (26) em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

    A manifestação foi organizada pela ProTeste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) e chegou a bloquear parte da avenida Morumbi, na zona oeste de São Paulo.

    Maria Inês Dolci, coordenadora institucional do ProTeste, defende que o racionamento de água na cidade seja decretado oficialmente pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmim (PSDB).

    "Queremos transparência neste processo, que o racionamento seja decretado de forma oficial, porque só assim pode se cobrar a sobretaxa. Estão cobrando uma tarifa adicional, sem instituir oficialmente o racionamento", declarou Maria Inês.

    O governador de São Paulo já discute novo aumento na tarifa de água a partir de abril, quatro meses após o último reajuste. Outra hipótese estudada é o endurecimento da cobrança de sobretaxa para quem gastar mais água. Além disso, o governo paulista já considera utilizar a terceira cota do volume morto do Cantareira.

    De acordo com a advogada da ProTeste, Tatiana Viola de Queiroz, a cobrança da multa pelo desperdício de água é ilegal. "A Associação entrou com ação na Justiça para que o racionamento fosse oficialmente decretado. A tarifa de contingência só pode ser cobrada após a decretação oficial do racionamento, a partir do momento que isso é publicado no Diário Oficial, aí sim, pode cobrar essa multa", disse. "A situação é muito grave e esta falta de atitude do governo é o que tem mais irritado a população", acrescentou.

    RESERVATÓRIOS

    Após completar duas semanas de queda consecutiva em sua capacidade, o sistema Cantareira permaneceu estável nesta segunda-feira (26). O nível dos mananciais Alto Tietê e Alto de Cotia registrou queda em relação ao dia anterior. Os demais sistemas ampliaram a sua capacidade.

    De acordo com o boletim divulgado pela Sabesp, o Cantareira, que abastece 6,2 milhões de pessoas na Grande São Paulo, opera com 5,1% de sua capacidade–que já inclui a segunda cota do volume morto (água do fundo do reservatório que não era contabilizada).

    O sistema vinha acumulando perdas desde o dia 11 de janeiro, quando registrou 6,6% de sua capacidade. Até agora, o manancial acumula 113,2 mm de água –o que equivale a 41,75% da média histórica para janeiro (271,1 mm).

    Rubens Fernando Alencar e Pilker/Folhapress

    Já o nível do reservatório Alto Tietê, que também sofre as consequências da seca, opera com 10,3% de sua capacidade após baixar 0,1 ponto percentual em relação ao dia anterior. O sistema abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo.

    No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).

    A represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 43,7% de sua capacidade após o nível subir 2,6 pontos percentuais em relação ao índice anterior. Com a chuva deste domingo (25), o sistema acumulou 33,6 mm de água. Até agora, o manancial acumula 188,4 mm –o corresponde a 82,16% da média histórica para o mês de janeiro (229,3 mm).

    O nível do reservatório Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, caiu 0,1 ponto percentual e opera nesta segunda com 28,5% de sua capacidade. Já o sistema Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 74% de sua capacidade após subir 1 ponto percentual em relação ao índice anterior.

    O reservatório de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 27,4% de sua capacidade após subir 0,1 ponto percentual em relação ao dia anterior.

    A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.

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