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    Alckmin vai abrir licitação para obra de captação do rio Paraíba na sexta

    FELIPE SOUZA
    DE SÃO PAULO

    26/01/2015 14h29

    O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou nesta segunda-feira (26) que abrirá licitação na próxima sexta-feira (30) para a transposição de parte do rio Paraíba do Sul.

    A obra, que faz parte dos projetos para combater a falta de água em São Paulo, está prevista para durar um ano e meio e será usada para abastecer as represas do sistema Cantareira. Alckmin não informou o valor da obra nem quando ela deve começar.

    "[A obra] deve ser aprovada pelo conselho na Sabesp na quinta-feira (29) e na sexta (30) já deve estar lançado o edital. É uma obra histórica porque você interliga bacias hidrográficas e uma ajuda a outra e você diminui a vulnerabilidade. Esse projeto estava previsto para 2020 e nós estamos antecipando em cinco anos", disse.

    No dia 23 de janeiro, a presidente Dilma Rousseff incluiu a obra de interligação do reservatório Jaguari-Atibainha nos projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Com esta medida, a obra em São Paulo poderá ser contratada mais rapidamente pelo sistema de RDC (Regime Diferenciado de Contratação), agilizando a sua execução.

    O rio Paraíba do Sul é a principal fonte de abastecimento de água do Rio de Janeiro. Neste domingo (25), o reservatório de Santa Branca, o segundo do sistema que abastece o Rio, chegou ao volume morto .

    Além disso, por estar na carteira de projetos do PAC, o empreendimento poderá contar com financiamento garantido de bancos públicos, do BNDES ou da Caixa Econômica Federal.

    A obra de transposição foi pedida por Alckmin ao governo federal em março do ano passado. No fim do ano, o governador voltou a solicitar ajuda da União para viabilizar a obra.

    Em reunião com Dilma no Planalto em novembro, o tucano apresentou um pacote para a realização de oito obras de infraestrutura, nos próximos três anos, ao custo de R$ 3,5 bilhões. Um grupo de trabalho chegou a ser formado para analisar as propostas e deliberar sobre os investimentos.

    Após completar duas semanas de queda consecutiva em sua capacidade, o sistema Cantareira permaneceu estável nesta segunda-feira (26). De acordo com o boletim divulgado pela Sabesp, o Cantareira, que abastece 6,2 milhões de pessoas na Grande São Paulo, opera com 5,1% de sua capacidade-que já inclui a segunda cota do volume morto (água do fundo do reservatório que não era contabilizada).

    O sistema vinha acumulando perdas desde o dia 11 de janeiro, quando registrou 6,6% de sua capacidade. Até agora, o manancial acumula 113,2 mm de água -o que equivale a 41,75% da média histórica para janeiro (271,1 mm).

    ÁGUA DA BILLINGS

    O governador também não disse quando vai passar a retirar mais água da represa Billings para socorrer o Cantareira. Como saída para amenizar a crise da água, Alckmin quer usar a água da represa Billings para reduzir os impactos da crise que atinge a Grande São Paulo.

    "A represa Billings tem 1,2 bilhão de metros cúbicos de água. As cinco represas do Cantareira tem 900 milhões. A Billings já transfere água para o Guarapiranga desde a década de 1990 e para O Rio Grande desde a década de 1960. O que nós queremos é ampliar essa transferência para poder utilizar mais a Guarapiranga. Deixa concluir todo o cronograma, que nós vamos nos reunir e passar as informações [de quando iniciará]", disse o governador.

    Contudo, a represa Billings tem lixo acumulado em diversos pontos e água esverdeada pela proliferação de bactérias. "Isso aqui é um horror, só piorou nos últimos anos", diz a empresária Cornélia Juchem, de Diadema. A Sabesp diz ser possível transformar a água em potável, mas não detalha o que fará.

    O governador paulista já discute novo aumento na tarifa de água a partir de abril, quatro meses após o último reajuste. Outra hipótese estudada é o endurecimento da cobrança de sobretaxa para quem gastar mais água. Além disso, o governo paulista já considera utilizar a terceira cota do volume morto do Cantareira.

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