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    Crise da água

    Rio não terá sobretaxa e rodízio de água, diz governador

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    28/01/2015 13h58

    O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), afirmou nesta quarta-feira (28) que, apesar da grave crise hídrica que afeta a região Sudeste, o Rio está em situação melhor que os demais Estados.

    Ele descartou a necessidade de medidas como sobretaxa por alto consumo de água, rodízio ou racionamento nos próximos meses.

    Pezão se reuniu com a presidente Dilma Rousseff na manhã desta quarta no Palácio do Planalto, logo após a reunião dela com o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, que também tratou da crise de água na região. Dilma deverá discutir a questão ainda com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), na próximo sexta-feira (30).

    Diferentemente dos outros governadores que pediram recursos para obras emergenciais, Pezão afirmou que foi chamado pela presidente para o encontro em que ela e outros ministros expuseram a preocupação do governo com a grave seca.

    "O governo nos alertou com as informações que eles têm hoje de que o período de seca deve continuar. Nos alertando e mostrando as preocupações que se tem hoje, principalmente com o rio Paraíba do Sul, que é um rio que abastece 83% da região metropolitana da cidade do Rio, colocando à disposição de nos ajudar e nos auxiliar em obras que a gente possa fazer para o futuro e tomar medidas imediatas para a gente não sofrer o que outros Estados estão sofrendo", disse Pezão.

    De acordo com ele, o estado do Rio já está tomando as devidas providências há mais de dois anos mas estudos devem ser intensificados sobre obras no Estado para serem feitas em conjunto com o governo federal.

    "O Rio não é melhor nem pior que outros Estados mas já vínhamos fazendo obras e alertas. [...] Já tivemos seca de 2009 a 2011, 2013 já foi um período muito seco. Tomamos diversas providências. Vamos tomar mais outras medidas e estudar outras medidas que possamos fazer para garantir o abastecimento humano da cidade do Rio e de sua região metropolitana", afirmou.

    Pezão descartou tomar medidas como sobretaxa por consumo elevado, rodízio de água ou até mesmo racionamento nos próximos meses. Ele afirmou que o governo lançará uma campanha institucional até sexta-feira (30) para incentivar as pessoas a reduzirem o consumo. Para ele, a população já está economizando água e vai poupar ainda mais.

    "Nesse momento não queremos tomar nenhuma dessas medidas porque ainda não é necessário mas nada está afastado se essa seca se prolongar, se chegarmos em fevereiro, março e abril sem chover o suficiente aí vamos tomar outras medidas", disse.

    Questionado se considera que o Rio está em situação melhor que os outros Estados da região Sudeste, Pezão disse: "estamos um pouco melhor mas com essa seca aí não tem ninguém melhor. [...] Se até abril ou maio não chover o esperado é um quadro grave".

    EMPRESAS

    O governador informou que nesta quinta-feira (29) o secretário de Meio Ambiente, André Correia, se reunirá com as grandes empresas do Estado para discutir a captação de água feito por elas. Segundo Pezão, a prioridade é o abastecimento humano.

    "Já estamos alertando essas empresas, como a CSA, a Gerdau, que estão do outro lado da captação do Guandu a gente já vem alertando há muitos anos estudarem outras formas de captação. Que eles acelerem esses estudos porque a nossa prioridade vai ser o abastecimento humano", disse.

    Segundo Pezão, se a crise se intensificar, as empresas serão penalizadas antes dos cidadãos. "Não queremos o prejuízo de ninguém. Se alguém for penalizado, serão as empresas primeiro não o abastecimento humano que dá para a gente garantir por um bom tempo ainda", disse.

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