Mathias Coaracy valorizava muito o trabalho dos profissionais de comunicação e queria que as outras pessoas pensassem da mesma forma.
Certa vez, ao ser chamado para fotografar um evento, descobriu que seria servido Chandon aos convidados. Na hora de negociar o orçamento, foi direto: "Minhas fotos vão durar para sempre, o Chandon vai acabar em minutos". O organizador contratou-o sem questionar o valor.
Mathias fez importante carreira no ramo da moda —tema que adorava—, cobrindo desfiles como o São Paulo Fashion Week e bastidores.
Também gostava de registrar shows e outras formas de arte, mas encarava qualquer assunto. Fazia muitas fotos conceituais de seu jardim, de viagens e da noite.
As lentes, porém, não foram sua única paixão. Também pintou quadros e fez gravuras. Criativo, não negava as origens. A tataravó Corina publicou jornais e produziu e traduziu obras literárias; o bisavô Vivaldo foi jornalista e escritor; a avó Ismênia, artista plástica reconhecida internacionalmente.
Era, aliás, muito próximo de Ismênia. As paredes de seu quarto ostentavam algumas obras da talentosa avó.
Entre os amigos, é unânime a lembrança de um homem sensível, delicado e muito próximo da família, além de sociável e divertido companheiro de trabalho.
No último ano, teve vários casos de trombose. Morreu no domingo (25), aniversário de São Paulo, sua terra natal, aos 40. Deixa a mãe, Vera, três irmãos, as avós, tios e primos.