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    Haddad e Alckmin firmam parceria para combater tráfico na cracolândia

    LEANDRO MACHADO
    FELIPE SOUZA
    DE SÃO PAULO

    04/02/2015 12h18 - Atualizado às 13h28

    A Prefeitura de São Paulo afirmou nesta quarta-feira (4) que vai disponibilizar à SSP (Secretaria da Segurança Pública), do governo Geraldo Alckmin (PSDB), as imagens das câmeras de monitoramento na região da cracolândia, no centro da capital paulista.

    Os vídeos são gravados pela GCM (Guarda Civil Metropolitana) e servirão para que a policia identifique os traficantes na região. Ao todo, a prefeitura disponibilizará imagens do período de um ano.

    Um policial civil ficará permanentemente dentro de um ônibus da guarda civil estacionado no local.

    O secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, e o prefeito Fernando Haddad (PT) se reuniram nesta quarta-feira (4) na sede da prefeitura para conversar sobre o assunto. Os dois governos pretendem fazer uma parceria para prender médios e grandes traficantes de crack que atuam na região.

    A prefeitura avalia que o tráfico não diminuiu na cracolândia, apesar da implantação do programa Braços Abertos, que oferece tratamento médico aos usuários de drogas que estão em situação de rua na cracolândia.

    A gestão Haddad acredita que, sem diminuir o tráfico e a oferta da droga, os usuários não pedirão ajuda para os servidores da saúde.

    "No ano passado [2014], prendemos 300 pessoas traficando drogas na cracolândia. Mas elas vendiam poucas porções, apenas para sustentar o próprio vício. Com esse trabalho integrado, queremos prender as pessoas que lucram de verdade com a venda de drogas", afirmou Haddad, em evento na zona sul da cidade.

    No dia 16 de janeiro, a prefeitura divulgou um balanço do programa no qual aponta redução de 80% na concentração de usuários de crack no trecho entre a alameda Cleveland e a rua Helvetia, onde fica a cracolândia. Na região, também opera o programa Recomeço, do governo do Estado.

    De acordo com o estudo, o fluxo teria caído de 1.500 para 300 pessoas por dia. Contudo, no dia 16 de janeiro, a Folha constatou uma realidade diferente: às 7h da manhã, havia mais de 300 pessoas no lugar e o volume cresceu durante o dia.

    No fim do ano passado, em nota, a prefeitura disse que o problema estava "diretamente ligado à continuada oferta de drogas na região", culpando o governo estadual pela falta de policiamento.

    Alexandre de Moraes afirmou que a força-tarefa servirá para impedir que a droga chegue na região, identificando suspeitos de tráfico por meio da imagens da prefeitura. "Vamos fazer um serviço de inteligência para impedir que a droga chegue ao local. Vamos asfixiar a distribuição de drogas, esse serviço de inteligência vai identificar o médio e o grande traficante", disse o secretário.

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