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    Servidores invadem Assembleia do Paraná para evitar votação de projeto

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA

    10/02/2015 18h55

    Centenas de manifestantes que protestavam contra o corte de despesas feito pelo governo Beto Richa (PSDB) invadiram a Assembleia do Paraná, no meio da votação das propostas, e suspenderam a sessão nesta terça (10).

    Os manifestantes pularam das galerias para o plenário, aos gritos de "vergonha" e "o povo unido jamais será vencido". Outros que estavam do lado de fora derrubaram um portão e também entraram no prédio. Vidros e portas foram quebrados, mas não houve confronto com a PM.

    Os deputados tiveram que se refugiar em uma sala anexa ao plenário. Escoltados por policiais, conseguiram chegar ao prédio dos gabinetes, vizinho ao prédio principal. Um deles chegou a tirar o paletó e a gravata, tentando não ser identificado por manifestantes.

    PMs fizeram um cordão de isolamento entre o plenário e os outros prédios, para impedir novas invasões.

    A votação foi adiada, já que os manifestantes decidiram continuar na Assembleia por tempo indeterminado.

    CRISE

    Do lado de fora, cerca de 10 mil servidores e professores da rede pública, em greve desde segunda (9), protestavam desde manhã contra o governador tucano. A estimativa foi feita pela PM.

    Reeleito no ano passado, Richa tem enfrentado uma crise financeira há pelo menos dois anos, que já forçou o Estado a suspender obras, atrasar pagamentos e parcelar salários de servidores.

    Na última semana, o tucano propôs um pacote de medidas para aliviar o caixa, que incluem a mudança da previdência dos servidores públicos (que passam a ter um teto de vencimentos), o fim do anuênio e o corte de um quarto do orçamento.

    O "pacotaço das maldades", como foi apelidado pela oposição, é o principal alvo dos protestos.

    O governo argumenta que as medidas são "duras, mas necessárias", e que precisam ser aprovadas para garantir o pagamento dos salários e retomar os investimentos. "O momento é dificílimo. O país atravessa uma crise", afirmou o líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB).

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