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    Falta de carro afeta o combate à dengue em bairros da zona norte de SP

    MONIQUE OLIVEIRA
    CLÁUDIA COLLUCCI
    DE SÃO PAULO

    13/02/2015 02h00

    Faltam carros para levar agentes de controle do Aedes aegypti, mosquito que transmite a dengue, às casas da zona norte de São Paulo, a mais afetada pela doença este ano.

    A região amarga a maior taxa de incidência do município. São 4,9 casos para cada 100 mil habitantes, seguidos pelas zonas oeste (2,2), sul (1,9) e leste (0,6).

    Bairros como Brasilândia, Limão e Jaraguá chegaram a registrar até 50 casos cada nas quatro primeiras semanas de 2015, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

    Apesar dos índices, a frota dos agentes de controle está reduzida na zona norte. Cerca de 80 veículos deveriam ter sido entregues em janeiro, o que não ocorreu.

    A Folha apurou que o problema foi em uma das empresas contratadas na região, a Autoplan, que não entregou os veículos no prazo, dia 28. A empresa não foi localizada.

    Há uma frota mínima, de 13 carros, disponível.

    Segundo o infectologista Marcos Boulos, da Faculdade de Medicina da USP, a contenção do mosquito deve ser feita principalmente até três meses antes do início do verão.

    É praticamente o período em que a falta de carros está sendo registrada -o problema completará três meses no final de fevereiro.

    O quadro é mais grave, dizem servidores, porque moradores estão guardando água devido à crise hídrica.

    A falta de água foi uma das justificativas da prefeitura para a alta da dengue na zona norte, uma das mais atingidas pela redução de pressão implantada pela Sabesp.

    O atraso no envio dos carros não foi mencionado pela gestão do prefeito Fernando Haddad (PT).

    "Na semana passada, mandaram dois carros. Somos 60 agentes", contou um agente de Pirituba que pediu para não ser identificado.

    No atendimento da Suvis (Supervisão de Vigilância em Saúde), só são resolvidos casos emergenciais. A Folha ligou pedindo o envio de um agente na unidade de Brasilândia, mas foi informada de que isso não seria possível.

    "Só atendemos agora casos urgentes porque não há carro", disse uma funcionária. "Tem alguém doente?"

    Uma agente da Freguesia do Ó diz que cogitou-se até fazer o trabalho a pé. "É impossível sem carro porque há equipamentos pesados", diz José Roberto Prebill, presidente do Sindicato dos Agentes Comunitário de Saúde.

    A dengue cresceu 171% em São Paulo em relação às quatro primeiras semanas de 2014. A prefeitura diz que novos veículos deverão chegar em 30 dias.

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