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    Alckmin diz que governo deve rescindir contrato da linha 4-amarela

    GUSTAVO URIBE
    DE SÃO PAULO

    19/02/2015 15h33

    O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quinta-feira (19) que deve ser rescindido o contrato com o consórcio que tem sido responsável por atrasos na conclusão de estações da linha 4- amarela do Metrô.

    O tucano disse que já informou ao Banco Mundial, financiador do projeto, sobre os problemas de falta de equipamentos e de insumos do consórcio Isolux Córsan-Corviam, vencedor de dois lotes da linha 4- amarela.

    "Nós já comunicamos o Banco Mundial para fazer a rescisão contratual e todas as multas serão aplicadas. Vamos levantar a garantia e aí, certamente, relicitar a obra. Ou [o consórcio] retoma nos próximos dias [a obra] ou não tem como manter mais. A empresa não tem equipamentos e não tem insumos", disse.

    Segundo o secretário estadual da Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, a multa por rescisão do contratual pode chegar a até 30% do valor do contrato. "O melhor seria que o consórcio vencedor conseguisse retomar a obra, o que é muito pouco provável", afirmou o secretário.

    O contrato do primeiro lote da linha 4-amarela inclui a conclusão das estações Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire e São Paulo-Morumbi, que ainda estão em obras.

    Danilo Verpa/Folhapress
    Operários nas obras da estação Oscar Freire, nesta quinta
    Operários nas obras da estação Oscar Freire, nesta quinta

    O governador explicou que, rescindido o contrato, o segundo colocado na licitação pode assumir a obra se ele concordar em adotar o mesmo valor acordado para a sua conclusão.

    Caso não aceite, e seja feita uma nova licitação, o governador reconheceu que haverá atrasos na conclusão das estações Higienópolis-Mackenzie e Oscar Freire, que devem ser entregues apenas em 2016. A promessa do governo estadual era inaugurar as duas estações este ano.

    "A estação Higienópolis-Mackenzie é a mais adiantada, já temos dois terços da obra pronta e o prazo é de dez meses. Nós entregaríamos ainda neste ano, mas infelizmente vai ficar para o ano que vem. A não ser que a segunda colocada concorde [com o preço]", afirmou o governador.

    O tucano inaugurou em novembro de 2014 a estação Fradique Coutinho da linha 4-amarela, em Pinheiros (zona oeste). A previsão inicial, porém, era de que a estação fosse inaugurada em 2010.

    Mas o acidente que abriu uma cratera em Pinheiros, em 2007, alterou o cronograma da linha. As obras civis da estação só começaram em março de 2012. Hoje, as quatro linhas convencionais do Metrô transportam 3,8 milhões de passageiros por dia, em média. Pela linha 4-amarela, são 690 mil.

    O tucano participou nesta quinta de cerimônia, na capital paulista, para a sanção de lei que concede passe livre estudantil para alunos da rede pública.

    OUTRO LADO

    O consórcio Isolux Córsan-Corviam, responsável pelas obras da segunda fase da linha 4-amarela, afirmou, por meio de nota pública, que atua no Brasil há mais de dez anos e que não deixou de cumprir nenhum dos contratos que assumiu, incluindo "obras complexas e de elevado investimento".

    A empresa espanhola disse ainda que só se pronunciará sobre o ritmo dos trabalhos após reunião, marcada para o início da semana que vem, com o secretário estadual de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Clodoaldo Pelissioni.

    "É com o espírito de encontrar a solução mais adequada que a empresa só se manifestará sobre o andamento das obras da linha 4-amarela após reunião marcada para o início da próxima semana com o secretário dos Transportes Metropolitanos", disse a empresa.

    Na nota, o grupo espanhol afirmou que, no Brasil, foi o responsável pela obra da linha de transmissão de Tucuruí para Manaus e Macapá, com mais de 3.000 km na região da floresta amazônica.

    "Capacidade de execução, responsabilidade profissional e solidez financeira são características do grupo Isolux Corsán", afirmou.

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