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    João Guidugli Neto (1943-2015) - O médico que guiava tratores e amava a terra

    DE SÃO PAULO

    20/02/2015 00h01

    Guiando o trator em meio aos peões do sítio em Alambari, no interior paulista, João Guidugli Neto não dava pistas de sua "outra vida". Longe dali, era um respeitado médico que falava seis idiomas, professor da USP e coordenador da área de patologia do hospital Albert Einstein.

    Quando estava entre pessoas simples, no entanto, era humilde como elas. Divertia-se tocando modas de viola na rádio da vizinha Itapetininga, onde nasceu, e nos churrascos com os amigos.

    Foi da origem italiana (e do avô) que herdou o gosto pela terra, mas também por coisas eruditas, como a ópera.

    Para custear os estudos na antiga Escola Paulista de Medicina, fazia plantões noturnos no Hospital do Servidor.

    Fez doutorado e livre docência muito jovem. Após passar pelo Memorial Sloan Kettering, um centro de pesquisa e tratamento de câncer em Nova York, tornou-se professor titular de patologia na USP e em Bragança Paulista (SP).

    Um dos pioneiros no ensino da microscopia eletrônica, foi diretor no Hospital do Servidor e coordenador no Albert Einstein por mais de 20 anos. Com seu laboratório, ajudou a estruturar a área de patologia do Instituto Brasileiro de Controle de Câncer.

    Após a aposentadoria, pôde ir mais vezes ao sítio (agora perfumado com plantações de eucalipto), publicar suas poesias e revisitar a Itália e a Alemanha.

    Morreu em 23 de janeiro, aos 71. Não se recuperou após duas paradas cardíacas. Deixa dois filhos, duas netas e um irmão. No domingo (22), haverá duas missas de 30° dia: às 9h, na igreja Bom Jesus, em Alambari, e às 11h, na abadia São Norberto, em Jaú (SP).

    coluna.obituario@uol.com.br

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