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    Renato Oliveira Fernandes da Silva (1961-2015) - Referência do blues sul-mato-grossense

    ANDRESSA TAFFAREL
    DE SÃO PAULO

    24/02/2015 00h01

    No começo dos anos 90, Renato Fernandes e outros músicos atravessaram Mato Grosso do Sul de Kombi. Em parceria com a universidade federal, levavam blues até para cidades no meio do Pantanal.

    No repertório, músicas compostas por Renato, que se tornaria referência do blues sul-mato-grossense, "mesmo sem cantar as maravilhas do Estado". As letras eram quase sempre autobiográficas.

    Também compunha a parte instrumental —geralmente no violão—, sem contar o vozeirão e a presença de palco. Era um músico completo.

    Companheiros de trabalho comparavam-no a Cazuza por seu talento nas composições.

    Boêmio e "selvagem", criou memoráveis letras, inclusive bêbado. Era na música que demonstrava seus sentimentos de homem romântico e apaixonado, já que, geralmente, vivia caladão.

    Foi vocalista da Blues Band (a primeira do gênero no Estado) e, depois, da Bêbados Habilidosos, com a qual fez shows em São Paulo. Para alguns, Renato deveria ter se mudado para o Sudeste, onde faria mais sucesso. "Não quero ser famoso, quero fazer blues", rebatia ele.

    Fã de sambas antigos, tinha Noel Rosa entre seus favoritos. O sambista até deu nome ao cachorrinho do "bluesman" —irritava-se toda vez que lhe perguntavam se era por causa do Papai Noel.

    Tocava violão para a filha, Renata, desde que ela era pequena, mas nunca a obrigou a gostar das mesmas coisas que ele. Por tê-la criado sozinho, a garota chamava-o de "pãe" (pai + mãe).

    Morreu no dia 16, aos 53, após um AVC (acidente vascular cerebral). Deixa a filha, a mãe, Cecy, e três irmãos.

    coluna.obituario@uol.com.br

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