Dois homens morreram e três militares do Exército ficaram feridos durante um ataque a um jipe da Força de Pacificação do Exército na localidade conhecida como Baixa do Sapateiro, no complexo de favelas da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro.

O caso aconteceu no final da noite desta segunda (23). Na mesma noite, um pouco antes do ataque, cerca de 300 pessoas da comunidade da Vila dos Pinheiros, no complexo da Maré, fecharam o trânsito nos dois sentidos da Linha Amarela, uma das principais vias expressas da cidade.

A manifestação foi organizada para protestar contra as ações da Força de Pacificação, que ocupa o conjunto de favelas desde abril de 2014.

O clima é tenso no complexo desde o início do ano. No dia 12 deste mês, um carro com cinco jovens foi alvejado por militares. Vitor Santiago Borges, 29, que está em coma desde então, teve um pulmão perfurado e a perna direita amputada em consequência dos ferimentos.

Na ocasião, o Exército disse que o veículo desobedeceu ordem de parar.

	Mauricio Fidalgo - 23.fev.15/Reuters
	Policiais durante protesto que fechou a Linha Amarela

MOTOS

De acordo com o coronel Costa Neto, responsável pelo setor de comunicação da Força de Pacificação, os militares estavam em patrulhamento nesta segunda quando foram surpreendidos por quatro criminosos que estavam em duas motocicletas.

"Os militares estavam em suas funções quando foram atacados por duas motos que passaram realizando os disparos. Houve uma troca de tiros e um dos suspeitos foi capturado. Com ele apreendemos uma pistola. Os outros três, que também foram feridos, conseguiram escapar."

Dois suspeitos que haviam conseguido fugir buscaram atendimento no Hospital Geral de Bonsucesso, na mesma região, mas não resistiram aos ferimentos e morreram.

Ainda segundo o comandante Costa Neto, durante o confronto três militares ficaram feridos. Um deles foi atingido por estilhaços, o segundo levou um tiro de raspão e o terceiro, baleado na perna, teve que ser operado.

Nesta terça-feira (24), o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), anunciou que vai iniciar em março a substituição gradativa dos militares do Exército que atuam na região por PMs.

Ele reafirmou que em junho será implantada uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) no local.