O superintendente de gestão ambiental da Sabesp Wanderley da Silva Paganini disse discordar da abertura do capital da empresa nas bolsas de valores de São Paulo e de Nova York. O argumento do superintendente é de que o cuidado no abastecimento de água deve ser controlado pelo governo.
"No meu ponto de vista não deveria ter vendido [ações da empresa], porque acho que o saneamento tem que ser suprido pelo poder público", disse.
A declaração foi dada em um debate ocorrido durante um evento realizado por entidades do Judiciário como Ministério Público Estadual e Federal, além da Defensoria Pública.
Segundo Paganini, a frase reflete uma opinião pessoal sobre a condução da abertura do capital da empresa, que começou em 1994 e hoje tem 49,7% de suas ações negociadas em São Paulo e Nova York.
Após o debate, Paganini, que é também professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, declarou à Folha que sua opinião é movida pela "paixão de um profissional com 25 anos de Sabesp". Declarou ainda que os acionistas não influenciam em tomadas de decisões chave para o combate à atual crise.
À reportagem Paganini disse achar que a atual organização da Sabesp está satisfatória. "Do jeito que ficou, não sou contra, pois o Estado ainda tem o controle [da empresa]", declarou. Ele disse ainda que a abertura de capital da empresa na década de 90 a teria livrado de ser privatizada.