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    Crise da água

    Sem-teto fazem protesto contra a crise hídrica na zona oeste de São Paulo

    DE SÃO PAULO

    26/02/2015 18h04

    Um grupo de sem-teto realiza na noite desta quinta-feira (26) um protesto contra a crise hídrica na zona oeste de São Paulo. Os manifestantes chegaram ao palácio dos Bandeirantes, na região do Morumbi, por volta das 20h20, após cerca de duas horas de caminhada.

    Uma comissão foi formada para ser recebida por representantes da Casa Civil e da Casa Militar. O movimento diz ter discutido sobre a falta de transparência da Sabesp e do governo sobre a situação dos reservatórios, sobre a população mais pobre ser mais afetada pela falta de água e aumento da tarifa.

    O coordenador do movimento, Guilherme Boulos, orientou os manifestantes a não esperarem o final do encontro para que pudessem ir embora de transporte público. Com isso, as pessoas dispersaram às 21h20.

    O ato reuniu em torno de 8.000 pessoas, segundo estimativa da sala de imprensa da Polícia Militar. No local, no entanto, o comando da PM apontou que o número chegava a 10 mil. Já o MTST fiz que chegou a 15 mil.

    Segundo os sem-teto, o governo se comprometeu a incluir o MTST e outros movimentos sociais no comitê sobre a água, criar uma comissão para identificar locais com falta de água crônica, distribuir caixas d'água na periferia e avaliar os contratos de demanda firme estabelecido com empresas.

    O grupo se concentrou o largo da Batata ainda à tarde e depois seguiu em direção ao palácio dos Bandeirantes, passando pela av. Brigadeiro Faria Lima, rua Engenheiro Oscar Americano, trecho da ponte Cidade Jardim, até a avenida Morumbi. "Vamos até o palácio dos Bandeirantes para exigir soluções", dizia Boulos.

    "Na periferia falta água todos os dias, para as empresas que pagam mais barato não falta", afirmou Josué Rocha, também coordenador do movimento.

    Com a passagem dos manifestantes, o shopping Iguatemi, que fica na avenida Brigadeiro Faria Lima, chegou a baixar as portas.

    Um caminhão-pipa participou durante parte da manifestação. Membros do movimento fizeram um encenação, escoltando o veículo até a ponte Cidade Jardim, quando ele deixou o ato.

    Segundo o motorista da empresa Fonte Dracena, Antônio José da Silva, o caminhão trazido por ele tem 5.000 litros de água. O aluguel de um caminhão-pipa deste tipo pode custar até R$ 400, afirmou ele. "O movimento contratou a gente para vir. Mas ninguém vai desperdiçar água", disse.

    Veja vídeo

    Além do MTST, também participam do ato partidos políticos como PSOL e PCdo B, além da CUT (Central Únicas dos Trabalhadores), ligada ao PT.

    Candidata à presidência em 2014, Luciana Genro (PSOL), também participa do ato e faz discursos em que critica Alckmin pela falta de água e a presidente Dilma Rousseff (PT) pela política econômica.

    Os manifestantes questionam o lucro de acionistas da Sabesp na Bolsa de Valores, além de reivindicar a distribuição de cisternas e construção de poços artesianos para famílias de baixa renda.

    Eles também questionam a Sabesp por beneficiar grandes empresas, com desconto na conta de água, e a possibilidade de aumento na conta de água. "Se o governador aumente a conta de água, não vamos pagar", dizem.

    Um boneco com o rosto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) dentro de uma banheira é levado pelos manifestantes.

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