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    Obra prometida para área alagada na zona leste de SP ficou no papel

    ARTUR RODRIGUES
    DE SÃO PAULO

    27/02/2015 02h00

    Uma promessa do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e do prefeito Fernando Haddad (PT), a obra para evitar enchentes na região da avenida Luiz Ignácio de Anhaia Mello não saiu do papel.

    A região na qual seria construído esse piscinão para abrigar a água da chuva foi uma das mais afetadas pelas enchentes de quarta-feira (25) na zona leste paulistana.

    Em março de 2013, na sede do governo do Estado, Alckmin e Haddad fizeram um acordo para a construção do equipamento.

    A prefeitura cederia o terreno, e o Estado arcaria com a construção do piscinão.

    O projeto, no entanto, ficou no papel após o governo estadual cancelar a PPP (Parceria Público-Privada) que incluía a obra.

    O piscinão seria implantado na av. Jacinto Menezes Palhares, com capacidade para 135 milhões de litros, na área onde fica um clube escola.

    Sem a obra, mais uma vez a Vila Prudente e arredores foram tomados pela água nesta quinta (25) – em duas horas, a região recebeu mais da metade da chuva prevista para todo o mês.

    Três casas do bairro desabaram com o temporal. "Escutei o barulho da terra e pedras caindo e abri a porta para ver. Só deu tempo de pegar as crianças e sair", disse a dona de casa Andreia Daudaras Tomas da Silva.

    PPP

    O reservatório da região da Luiz Ignácio de Anhaia Mello estava entre outros sete que seriam construídos por meio de uma PPP de R$ 3,8 bilhões.

    O consórcio vencedor era integrado pela Técnica, subsidiária da construtora Delta –investigada por corrupção– considerada inidônea pelo Tribunal de Contas do Estado.

    Cogitou-se chamar a segunda colocada, mas a diferença de preços era grande.

    A reportagem obteve um documento da prefeitura, de 2004, que já incluía o piscinão como meta a ser realizada até 2006.

    Procurada, a prefeitura informou que já cedeu o terreno ao governo do Estado, com a condição de que fossem feitos um piscinão e um campo de futebol sobre ele.

    Questionado, o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), do governo estadual, afirmou que, após o cancelamento do pacote que incluía o piscinão, Estado e prefeitura estão elaborando "novo pacote para a construção e manutenção de piscinões na capital".

    Colaborou NICOLAS YORI

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