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    Após contrato com o SUS, funcionários mantêm atendimento na Santa Casa

    MONIQUE OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    27/02/2015 13h46

    Em assembleia na manhã desta sexta-feira (27), funcionários da Santa Casa de São Paulo decidiram manter o atendimento a pacientes na instituição.

    A decisão é uma resposta ao plano de recuperação da Santa Casa proposta pelo Ministério Público, que sugeriu uma comissão técnica para reformular a gestão da entidade em 180 dias.

    O plano inclui a reforma do estatuto e medidas para dar mais transparência às receitas e contratos da instituição.

    Outro ponto que contribuiu para acalmar os ânimos foi a renovação do contrato da Santa Casa com o SUS na segunda (23).

    A Santa Casa é uma irmandade sem fins lucrativos que presta serviços ao SUS, mas não faz parte da sua rede de atendimento. Por isso, depende de contratos renovados anualmente para obter repasses pelo atendimento gratuito.

    Na semana passada, entretanto, o governo do Estado assinalou que a parceria poderia não ser renovada pelas falhas da administração da instituição -depois que a Santa Casa aceitou o plano de gestão do MP, no entanto, o contrato foi renovado.

    Sem o contrato, a Santa Casa não tinha condições de continuar funcionando, segundo funcionários, o que impulsionou a hipótese de paralisação.

    O contrato e a reformulação da gestão, afirma o Simesp (Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo), devem garantir os salários e o atendimento.

    Segundo a superintendência, o prejuízo do hospital central foi reduzido de R$ 4 milhões para R$ 300 mil e, por isso, acredita-se que o dinheiro será suficiente agora para impedir uma nova crise.

    O subfinanciamento do SUS, segundo médicos, atinge toda a rede pública e também a Santa Casa, que depende do SUS. Após soluções de problemas internos, porém, é que se saberá se o repasse é suficiente para o funcionamento da entidade.

    FÔLEGO

    Desde o ano passado, médicos lutam para manter o atendimento -e agora encontraram fôlego para aguardar os primeiros efeitos do plano de reformulação.

    A ameaça de paralisação se arrasta desde novembro quando a Santa Casa atrasou salários de cerca de 660 profissionais. Desde então, várias promessas para o pagamento foram realizadas mas, em crise financeira, a entidade não conseguiu empréstimos para honrar os salários.

    Os salários continuam atrasados e a Santa Casa deverá apresentar um plano para o pagamento até o dia 18 de março, segundo o Simesp.

    Além dos salários, médicos chegaram a relatar falta de insumos e medicamentos em algumas áreas da entidade.

    O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) fará uma vistoria na instituição para investigar as condições de atendimento e sugerir melhorias.

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