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    Comerciante cria engenhoca para guardar água da chuva em São Paulo

    FELIPE SOUZA
    DE SÃO PAULO

    01/03/2015 02h00

    "Cansei de dar dinheiro para a Sabesp e resolvi captar água da chuva", conta o comerciante Wilson Antunes, 71, enquanto mostra uma engenhoca capaz de armazenar 40 mil litros.

    Dono de uma loja de materiais de construção na zona norte, ele botou a mão na massa e construiu um sistema que guarda água por meio de encanamentos ligados às calhas do estabelecimento.

    Marlene Bergamo/Folhapress
    Wilson Antunes,71, dono da loja Tijoblocos de material de construção, passou a recolher agua da chuva e não usa mais a água da Sabesp.
    Wilson Antunes, 71, passou a recolher água da chuva e não usa mais o fornecimento da Sabesp.

    A ideia surgiu por causa da crise hídrica. Três meses após a instalação do primeiro reservatório, ele já tinha quase zerado sua conta de água.

    O sótão do prédio principal da loja armazena a maior parte das caixas-d'água. Lá, foram colocados dez reservatórios de 2.500 litros cada.

    Eles recebem água da chuva por meio de encanamentos instalados nas calhas. Parte da sujeira é sedimentada após passar por um primeiro reservatório de 500 litros, instalado ao lado de cada reservatório maior.

    "Abasteço os quatro banheiros da loja, lavo os caminhões e empilhadeiras. Meus funcionários ainda aproveitam para tomar banho todos os dias", afirma.

    Após a obra, Antunes, que gastava em média 50 mil litros de água por mês, hoje consome só 2.000. Mesmo assim, em fevereiro, ele teve de pagar R$ 50,38.

    O valor corresponde à taxa mínima para comércios da capital paulista (R$ 71,94), cobrada de quem gasta de 1 a 10 mil litros, descontado o bônus recebido por cumprir a meta de economia estipulada pela Sabesp.

    NÃO POTÁVEL

    O geólogo e professor da USP (Universidade de São Paulo) Pedro Luiz Côrtes afirma que não é recomendável usar a água da chuva para consumo humano ou higiene pessoal.

    "Para isso, seria necessário um tratamento especial para garantir a potabilidade. Essa água deve ser usada apenas em locais em que essa água passaria normalmente, como a lavagem de veículos."

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