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    Crise da água

    Sindicato ameaça greve contra demissões na Sabesp

    DE SÃO PAULO

    06/03/2015 10h35

    O Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo) convocou assembleia para o próxima terça-feira (10) com o objetivo de discutir se decreta greve contra as demissões que a Sabesp vem realizando.

    De acordo com o sindicato, a Sabesp está demitindo funcionários além do previsto. Segundo Renê dos Santos, presidente do sindicato, desde janeiro deste ano houve cerca de 320 demissões. O sindicato diz esperar ainda mais demissões até abril. A categoria estima que vão ocorrer mais 160 demissões neste mês.

    As demissões teriam atingido principalmente a área operacional da empresa, de acordo com reportagem publicada nesta sexta-feira (6) pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

    A Sabesp não divulgou o balanço de demissões neste ano.

    O sindicato já trata o caso como "onda de demissão", que estaria atingindo tanto trabalhadores da Grande São Paulo como do interior.

    Segundo o sindicato, o objetivo da Sabesp é reduzir a folha de pagamento em 9%, por causa da atual crise de abastecimento que afetou também os cofres da estatal.

    "Nesse momento de crise, não poderia ter demissões. O que nós teríamos que ter é gente trabalhando para melhorar a situação da água em São Paulo", disse Santos.

    Ainda segundo o sindicato, não estão sendo feitas novas contratações para repor os funcionários demitidos. "Quem fica agora tem que trabalhar por si e por quem foi demitido", disse.

    Procurada, a Sabesp informou que o acordo coletivo vigente, assinado em maio do ano passado, prevê que a "readequação no quadro de pessoal, com possível dispensa, está limitada a 2% do efetivo total".

    A Sabesp diz ainda, por meio de uma nota, que "a relação entre o empregador e o empregado, de acordo com a CLT, prevê a possibilidade de rompimento do contrato de igualdade de condições para ambas as partes."

    A empresa diz ainda que anualmente, em seu relatório de sustentabilidade, divulga a evolução do quadro de funcionários.

    "A companhia ainda ressalta que os ajustes em seu quadro de pessoal não irão comprometer a qualidade na prestação de serviços. A empresa tem perseguido a melhora do índice de produtividade na relação ligações de água e esgoto por empregado."

    A empresa, no entanto, não comentou sobre a ameaça de greve da categoria.

    CRISE

    A Folha mostrou que, em crise, a Sabesp estuda propor uma revisão tarifária extraordinária além do reajuste pela inflação previsto para abril, a fim de tentar mitigar a forte deterioração de sua situação financeira.

    A revisão extraordinária teria de ser aprovada pela Arsesp, autoridade regulatória do setor. O principal argumento para o reajuste acima do previsto é o aumento do custo de energia elétrica que não estava previsto no plano de negócios da empresa, aprovado em 2014.

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