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    Júlio Freitas (1976-2015) - Músico dedicado a todos os palcos

    CLÁUDIO GOLDBERG RABIN
    DE DA EDITORIA DE TREINAMENTO

    07/03/2015 00h01

    Fosse num bar, fosse num teatro, na hora de cantar Júlio Freitas jogava com todo o talento que tinha.

    Aos 19 anos, começou a se apresentar nas noites do Reduto, bairro boêmio de Belém do Pará nos anos 1990. O músico era meticuloso e encarava o palco —qualquer palco— com igual importância.

    Não demorou para que, em 1996, fizesse a primeira apresentação solo, baseada em músicas de sucesso do cinema brasileiro e americano.

    O inglês, perfeito, viera de casa —a mãe, que dava aulas do idioma, o ensinou. Anos mais tarde, apesar de ter se formado em direito, também viria a ensinar inglês.

    Entre os amigos, dois lados de Júlio se destacavam. Um deles, conta o parceiro musical Renato Torres, era o de homem refinado, admirador de cantores de jazz como Nat King Cole, Sarah Vaughan e sobretudo Dinah Washington.

    Mas havia outro Júlio: o bem-humorado, brincalhão, que aparecia nos shows da companhia paraense Lágrimas de Riso. A produtora do grupo, Márcia Freitas, lembra uma vez em que ele simulou uma apresentação do Oscar, vestindo um smoking e falando um inglês picaresco.

    Detalhe: ele estava sem calças, mas o público só descobriu no fim da cena, quando Júlio saiu de trás do púlpito.

    Embora também cantasse MPB e rock, cultivou nos últimos anos da carreira uma voz forte, com carga emocional intensa, como a dos cantores de jazz que tanto admirava.

    Morreu no domingo (1º), aos 39, vítima de um câncer. Deixa a irmã, Hilda, com quem morou no último ano de sua vida, no Rio.

    coluna.obituario@uol.com.br

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