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    Avanço da dengue deve ter auge no Estado de São Paulo em maio

    JAIRO MARQUES
    DE SÃO PAULO

    10/03/2015 02h00

    Mesmo com 38.714 casos confirmados de dengue no Estado de SP no primeiro bimestre deste ano (quase o triplo do mesmo período de 2014), as autoridades de saúde se preparam para um avanço ainda maior da doença nos meses de abril e maio.

    A explicação para isso está no comportamento do clima e na sazonalidade do mosquito Aedes aegypti. Como as chuvas neste ano minguaram em janeiro e foram mais expressivas em fevereiro, continuando em março, com o calor, as infestações mais expressivas poderão se dar mais tarde.

    "Há uma persistência maior das condições que favorecem a ovulação do mosquito", diz o médico Jean Gorinchteyn, do Instituto Emílio Ribas. O comportamento da doença para este ano é semelhante ao do ano passado.
    Levantamento da Folha publicado no último dia 5 mostrou que a situação é a mais crítica ao menos desde 2010.

    Editoria de Arte/Folhapress
    Confira o manual antidengue

    Em 50 dos 645 municípios paulistas, a reportagem mapeou 44.140 infectados. É mais que a quantidade registrada no Estado inteiro no primeiro bimestre de cada um dos últimos cinco anos.

    No Estado, em 2014, entre abril e maio, foram 127.570 casos e, na capital, 22.347. Em junho, os registros, embora ainda altos, começaram a cair, com o tempo mais seco, e despencaram em julho, com as temperaturas mais baixas.

    Segundo especialistas, a maior parte das pessoas contrai a dengue a partir de focos localizados dentro das próprias casas. É preciso fazer uma varredura pelo menos uma vez por semana, com atenção para vasos, calhas, telhados e outros recipientes.

    A dengue já matou 32 pessoas neste ano no Estado, contra 87 ao longo de todo o ano passado. A primeira vítima na capital foi registrada na semana passada, na zona norte, região, até agora, mais problemática para a doença. Uma segunda morte, esta na zona leste, ainda é investigada.

    PERGUNTAS E RESPOSTAS

    O mosquito da dengue só ataca de dia?
    Não. Ele tem hábitos diurnos, mas pode picar e transmitir a doença a qualquer hora

    Quais são as medidas mais eficazes contra a transmissão?
    A prevenção e o combate ao mosquito dentro das residências, que são responsáveis por 80% dos focos do inseto, são as melhores medidas. Uma varredura deve ser feita semanalmente em calhas, caixas-d'água, telhas e vasos de plantas. Geladeiras com reservatório também. Dê atenção a galhos caídos, capazes de guardar pequenos pontos de água onde o mosquito pode se multiplicar

    Quais os cuidados com crianças pequenas?
    Não use repelentes naquelas com menos de dois anos. Para essas, use mosquiteiros no berço, no carrinho e em outros locais onde elas costumam dormir. Prefira roupas compridas e claras, que facilitam a visualização do inseto. Crianças acima de dois anos, sem contraindicação médica, podem usar repelentes, mas é preciso ver no rótulo se são eficazes contra o Aedes aegypti

    Quem pegou dengue uma vez pode pegar de novo?
    Sim, mas nunca do mesmo tipo, e a probabilidade tende a ser menor. Há hoje quatro subtipos identificados

    A crise da água pode contribuir com o aumento da infestação?
    Sim, por isso tenha cuidado com as formas de armazenar água. Dê preferência a recipientes pequenos, que devem ser tampados ou protegidos por mosquiteiros

    Em quanto tempo surgem os sintomas?
    Em três a sete dias

    Devo ir ao médico assim que sentir um sintoma?
    Sim. Nunca se medique sem orientação. O médico é quem deve analisar a gravidade da doença e indicar o tratamento

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