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    SP apura se distribuidora armazenou merenda ao lado de produto químico

    DE SÃO PAULO

    10/03/2015 18h46

    O governo de São Paulo investiga se uma empresa de logística armazenou caixas de merenda escolar destinada a alunos da rede estadual de ensino próximo de produtos químicos, como lubrificantes para veículos. A IBL Logística negou ter cometido essa irregularidade e disse que fez apenas uma vez o transbordo de uma carga de alimentos no mesmo depósito dos produtos químicos.

    Na manhã desta terça (10), o telejornal "Bom Dia SP", da Rede Globo, exibiu vídeos em que embalagens com alimentos destinados a estudantes da rede pública aparecem próximos a latões em um depósito da empresa em Guarulhos, na Grande São Paulo. O funcionário não identificado que gravou as imagens narra que há pacotes de arroz, feijão e "suco de laranja junto com óleo de motor."

    O contrato com a gestão Geraldo Alckmin (PSDB), porém, prevê que a empresa faça a distribuição desses alimentos a partir de um galpão em Cajamar, também na Grande São Paulo. A empresa deve fornecer ainda mão-de-obra, materiais, veículos e equipamentos por uma verba mensal de R$ 1,5 milhão.

    O funcionário da IBL Logística responsável pela gestão desse contrato com o governo, Leandro Roxo, disse à Folha que as primeiras imagens exibidas no telejornal mostram caixas de lubrificantes, não de merenda. "Usamos o depósito de Cajamar desde o fim de 2014. Mas por conta da recente implantação desse processo, chegamos a um atraso de três dias no cronograma de entregas para as escolas. Para agilizar, levamos as merendas para o galpão de Guarulhos na última quarta-feira (4) para distribuí-las com maior velocidade em pequenos caminhões, ao invés das duas carretas que usamos geralmente", disse.

    Segundo ele, o cronograma já foi restabelecido e a empresa não voltará a levar as merendas para o depósito de Guarulhos.

    A Secretaria Estadual da Educação do Estado Informou que a IBL foi notificada e "terá de prestar esclarecimentos sobre eventual descumprimento de determinações contratuais."

    A pasta disse ainda que destinou uma equipe para visitar o depósito da empresa em Guarulhos e não constatou a estocagem de produtos alimentícios escolares no local. Caso as cláusulas não sejam cumpridas, a empresa pode ser multada em até R$ 2 milhões, ter o contrato rompido e ser impedida de participar de novas licitações.

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