Diante da maior crise hídrica da história da Grande São Paulo, o governo paulista pretende implementar neste ano mudanças na atual estrutura tarifária da Sabesp, empresa de saneamento.

O objetivo da alteração, que ainda passa por estudos, é eliminar distorções regionais nas tarifas de água e esgoto e aumentar a diferença entre os valores cobrados dos grandes e dos pequenos consumidores.

A estatal já trabalha com estrutura tarifária progressiva, que varia por categoria de consumidor (residencial, comercial, industrial e pública) e por patamar de consumo (de até 10 mil litros a acima de 50 mil litros por mês).

Segundo a Folha apurou, a ideia é aprofundar o modelo atual, tornando as tarifas ainda mais caras para os que consomem mais, criando-se, assim, mais um incentivo à economia.

"Os maiores consumidores têm maior capacidade de pagamento. Então, quem pode mais deve pagar mais", resumiu um dirigente da estatal paulista.

A Sabesp pretende ainda, a exemplo do que já ocorre na região metropolitana, igualar em todo o Estado as tarifas de água e esgoto.

Em algumas cidades do interior, por exemplo, a tarifa de esgoto chega a ser 20% menor do que a de água, o que deve ser modificado na mudança tarifária.

As alterações buscam recompor as contas da empresa estatal, que teve perda de R$ 1,5 bilhão no ano passado com o programa de oferta de bônus para quem reduziu o consumo de água.

Com o mesmo objetivo, a Sabesp solicitou à Arsesp, agência reguladora de São Paulo, a antecipação de reajuste das tarifas de água, que só ocorreria em abril.

O valor da elevação levará em consideração a inflação no último ano e índices de eficiência da companhia, como a redução de perdas. (GUSTAVO URIBE E FABRÍCIO LOBEL)