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    Presidente da Câmara de SP diz que Haddad 'atrapalha' sua base aliada

    GIBA BERGAMIM JR.
    DE SÃO PAULO

    11/03/2015 21h07

    A rebelião do PMDB, principal partido aliado da presidente Dilma Rousseff (PT), atingiu a Câmara Municipal de São Paulo.

    Parlamentares do partido no Legislativo paulistano e que compõem a base de apoio do prefeito Fernando Haddad (PT) se mostram insatisfeitos com a gestão petista e não entram em acordo para a votação dos projetos.

    Essa crise foi explicitada nesta quarta-feira (11) pelo presidente da Câmara, o também petista Antônio Donato. "O prefeito precisa cuidar da sua base. A gente levou na conversa até agora, mas o problema continua", disse.

    Donato se referia a uma declaração de Haddad na qual reclamou que o projeto que cria novos cargos na Controladoria do Município está engavetado desde o ano passado na Câmara da cidade.

    "Quando o prefeito joga a responsabilidade para a Câmara com uma base frágil desta, ele atrapalha, provoca uma reação", disse o presidente da Câmara.

    CRISE COM O PMDB

    Nesta quarta-feira (11), por exemplo, três dos quatro integrantes da bancada peemedebista na capital paulista não compareceram à Casa para votar a liberação para venda por até R$ 70 milhões de uma área da prefeitura onde funciona um hospital privado por meio de concessão.

    O texto foi aprovado, mas graças a um acordo com a oposição, já que o PSDB votou favoravelmente. O dinheiro com a venda será investido na construção de um hospital na Vila Brasilândia, zona norte da cidade.

    Na semana passada, o partido não votou o projeto que institui a multa por desperdício de água e o que cria 100 cargos na Controladoria Geral do Município.

    Na votação desta quarta, o PMDB só foi representado por um deles, Rubens Calvo, que subiu à tribuna para reclamar de Haddad. "O PMDB precisa ser mais valorizado, e os acordos precisam ser honrados", disse.

    Sozinho, o partido não emperra votações na Casa, mas pode levar outros partidos a isso.

    O partido pleiteia novas secretarias. Hoje, o partido tem três: Assistência Social, Educação e Pessoa Com Deficiência e Mobilidade Reduzida.

    Líderes do partido em São Paulo, Ricardo Nunes e Nelo Rodolfo indicaram dois nomes para a Secretaria de Segurança Urbana, mas não foram atendidos.

    Com o crescimento da crise em Brasília, o clima azedou de vez em São Paulo.

    Nunes e Rodolfo se reuniram com Haddad, mas não falaram sobre a crise. Porém o secretário de Relações Governamentais, Alexandre Padilha, os chamou e reclamou que eles não estavam na Câmara para votar o projeto sobre a venda da área do hospital.

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