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    Sady Cayres Berber (1930-2015) - Um contador de histórias do remo brasileiro

    ANDRESSA TAFFAREL
    DE SÃO PAULO

    16/03/2015 00h01

    Melhor que remador, só se Sady Cayres Berber tivesse vivido de contar histórias. Adorava relembrar, detalhe por detalhe, as competições das quais participou ou mesmo as que acompanhou, a história de algum atleta ou a do Aldo Luz, clube de regatas a que se dedicou por quase 70 anos.

    Não à toa ganhou como apelido o nome do protagonista do filme "Forrest Gump - Um Contador de Histórias".

    Sady entrou no esporte por acaso, depois de ser convidado "para dar uma remada no Aldo Luz", um dos três clubes de Florianópolis.

    Com apenas 16 anos, não fazia o estilo fortão, mas logo se mostrou ágil e de imensa habilidade com o barco.

    Dividia-se entre trabalhar na loja de ferragens da família (e depois sua) e treinar à noite e nos finais de semana.

    Mesmo sem dedicação integral ao remo, tornou-se o único catarinense campeão nas oito modalidades de barco. Subiu ao topo do pódio 81 vezes e, de 1952 a 58, integrou a seleção brasileira.

    Também fez parte da Confederação Brasileira de Desportos e foi árbitro e presidente da Federação de Remo de Santa Catarina. Até pouco mais de um ano atrás, ainda competia na categoria master.

    Lamentava a falta de incentivo e de divulgação enfrentada pelo remo, apesar de tantos títulos conquistados por atletas brasileiros.

    Morreu na segunda-feira (9), aos 84, de complicações após uma cirurgia no coração.

    Deixa Araci (seu segundo amor, já que primeiro conheceu o remo), três filhos, quatro netos e dois irmãos, além de centenas de CDs de música, outra de suas paixões.

    coluna.obituario@uol.com.br

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