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    Paulo Antonio de Carvalho Fortes (1951-2015) - Médico, lutou pela saúde pública

    DE SÃO PAULO

    18/03/2015 00h01

    Enquanto o irmão batia bola na rua, Paulo costumava enfiar a cara nos livros —ou tirar um tempinho para comer as laranjas descascadas pela mãe. Desde criança, seu principal hobby era ler, ler e ler.

    Estava sempre estudando, aperfeiçoando seus conhecimentos em ética médica e bioética. Inicialmente dedicado à pediatria, voltou-se aos aspectos sociais da medicina e da saúde pública.

    Na USP, onde se graduou em 1974, foi professor de bioética e vice-diretor da Faculdade de Saúde Pública.

    Trabalhou ainda no Instituto da Criança e na Secretaria de Higiene e Saúde da Prefeitura de São Paulo (como pediatra e, depois, médico sanitarista), entre outros lugares.

    Colaborou com o Ministério da Saúde e integrou a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, além de outros conselhos e colegiados.

    Lutou por melhores condições de saúde para a população desde sua militância estudantil até a participação na criação do movimento pela reforma sanitária, que nasceu no meio acadêmico no início da década de 1970 e culminou na criação do SUS (Sistema Único de Saúde).

    Sua obsessão em contribuir com a difusão da bioética e com a ética na saúde pública o levou a ser fundador e membro das duas primeiras diretorias da Sociedade Brasileira de Bioética.

    Tratava a todos com a mesma simpatia. Era comum vê-lo dando atenção a funcionários, alunos e professores onde quer que estivesse.

    Morreu no dia 9, de câncer, aos 63 anos. Deixa a viúva, Lucia, quatro filhos, dois netos, dois irmãos e a mãe, Lea, de quem ajudou a cuidar até quando a doença permitiu.

    coluna.obituario@uol.com.br

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