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    Motins e ataques deixam Natal sem transporte

    DE SÃO PAULO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE NATAL

    18/03/2015 02h00

    Ônibus incendiados e rebeliões em 12 presídios no Rio Grande do Norte provocaram pânico em Natal, o que afetou o transporte público e levou até à suspensão de aulas.

    O sistema carcerário está superlotado e com problemas de infraestrutura. São 7.700 presos para 4.667 vagas.

    Na série de motins, iniciados há uma semana, presos atearam fogo nos pavilhões, destruíram paredes e arrancaram portões das celas.

    Diante dos ataques, Zaidem Heronildes da Silva Filho, secretário da pasta que administra os presídios, foi exonerado nesta segunda (16).

    O governador Robinson Faria (PSD) admitiu que a situação é "crítica" e culpou a gestão anterior pela superlotação. Segundo o governo, os ataques nas ruas foram articulados por membros da facção criminosa paulista PCC que estão detidos no Estado.

    Faria decretou situação de calamidade pública no sistema prisional. Cerca de 200 homens da Força Nacional de Segurança foram enviados ao Estado para conter os motins.

    Cinco ônibus e um carro da PM foram incendiados na segunda. Os ônibus foram recolhidos e a população ficou sem transporte público até a manhã desta terça (17).

    Os motins alastraram-se por presídios de todo o Estado. Só nesta terça, houve rebeliões em seis unidades.

    Ao menos 13 colégios particulares e 2 escolas municipais não funcionaram nesta terça. Nas particulares que tiveram aulas, houve uma média de 40% de comparecimento, avalia o presidente do sindicato que representa as escolas, Alexandre Marinho. "Instalou-se o pânico. Houve uma verdadeira onda de terrorismo pelo WhatsApp."

    No colégio Salesiano, um dos maiores da rede privada, provas foram suspensas e os ataques "viraram o assunto". "Os alunos receberam muita informação pelas redes sociais", disse Cledivânia Pereira, 41, mãe de Heitor, 14.

    O governo recebeu uma carta com reivindicações dos presidiários. Uma delas é que circulem próximo aos presídios carros de fumacê (fumaça para espantar mosquitos). (JULIANA COISSI, MARTHA ALVES E RENATA MOURA)

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