Na década de 1940, Roberto Sampaio Ferreira viajou aos Estados Unidos para adquirir o know-how de um produto que por lá andava fazendo sucesso: lãs de aço.
A ajuda da então mulher, Maria Cecilia Lara Campos, foi imprescindível nas negociações, já que ela falava fluentemente inglês (e mais três línguas), mas ele, não.
Conta a família que Maria Cecilia salvou Roberto de fazer um mau negócio. Ao ler o contrato, desconfiou que estavam sendo roubados e contratou um advogado. Sua intuição estava certa, e o casal então procurou outra empresa do ramo para obter o conhecimento necessário.
De volta a São Paulo, sua terra natal, Maria Cecilia ajudava na abertura da fábrica da Bombril (nome escolhido por Roberto) acompanhando os engenheiros americanos que vinham ao país instalar o maquinário.
De personalidade forte, era destemida, corajosa e durona, nas palavras de um dos filhos.
Gostava de receber pessoas em sua casa, organizar festas e jantares. Ao lado de Roberto, frequentava a alta sociedade paulistana.
Os dois, aliás, conheceram-se em Higienópolis, uma das áreas mais nobres da capital paulista. Moravam em ruas paralelas (a Albuquerque Lins e a São Vicente de Paula).
Também era uma apaixonada pela praia (pegava o avião e ia sozinha para o Nordeste) e pelo Rio das antigas, cheio de glamour e cassinos.
Adepta da ginástica e das caminhadas, morreu no dia 9, aos 93 anos, de problemas de saúde decorrentes da idade. Deixa os filhos, Fernando, Ronaldo e Marcos, além de oito netos e dez bisnetos.