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    Jovens escapam ilesas após queda de árvore que esmagou carros

    GIBA BERGAMIM JR.
    DE SÃO PAULO

    21/03/2015 02h00

    A árvore veio abaixo silenciosa, "sem nenhum estalo", esmagou dois carros e, por pouco, não atingiu duas mulheres na rua Alagoas quando a chuva castigava São Paulo, na tarde desta sexta (20).

    "Aconteceu de novo, mas desta vez não matou ninguém", disse um morador da rua localizada no coração de Higienópolis, bairro nobre da região central ainda traumatizado com duas mortes causadas por quedas de árvores durante tempestades nos últimos quatro meses.

    O alecrim, plantado há décadas na via, bem ao lado do parque Buenos Aires, tombou por volta das 16h30.

    Fabio Braga/Folhapress
    Árvore cai em cima de carro na rua Alagoas, em Higienópolis, no centro de São Paulo
    Árvore cai em cima de carro na rua Alagoas, em Higienópolis, no centro de São Paulo

    O peso de "algumas toneladas", segundo engenheiros agrônomos, reduziu um Celta a um monte de ferro retorcido –efeito parecido com o de uma latinha esmagada.

    Na sequência, cruzou a via em direção a um Zafira, estacionado em frente a um supermercado, onde uma funcionária ajudava uma estudante de 14 anos a colocar as compras dentro do carro.

    "A árvore acertou a tampa do porta-malas e jogou a minha patroa para dentro do carro. Ela ficou presa pela perna, mas não se feriu", disse Francisco Ricardo, 39, motorista particular da adolescente, que estava na frente do carro e não foi atingido.

    "Já a moça do mercado foi atingida de raspão e ficou entre os galhos. Elas não foram esmagadas por milagre".

    A funcionária foi levada ao hospital, mas sofreu só escoriações no ombro. A Folha não conseguiu localizá-las.

    Gerente de uma lotérica, José Luiz dos Reis, 48, é dono do Celta e costuma tirar sonecas dentro dele após o almoço. "Como ameaçava uma chuva, achei melhor não fazer isso".

    O acidente ocorreu a duas quadras do local onde o administrador de empresas Ricardo Luiz Galvão Mendes, 33, morreu após ser atingido por uma árvore que caiu sobre o táxi que o transportava, em 22 de dezembro passado.

    Em 25 de fevereiro, o também administrador José Paulo Machado, 47, morreu eletrocutado por fios da rede elétrica que atingiram seu carro, após a queda de uma árvore.

    Segundo Claudinei Rocha, engenheiro agrônomo da prefeitura, a causa da queda pode ser a existência de cupim na raiz e o solo encharcado.

    A prefeitura afirma que há árvores com mais de 70 anos em Higienópolis e muitas são inapropriadas para áreas urbanas. Diz também que só a avaliação de um técnico permite podas ou remoções.

    De novembro de 2014 ao começo de fevereiro passado, a cidade registrou a queda de 1.765 árvores -em média, há 2.000 casos por ano.

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