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    Ministro diz que pedirá prioridade na análise de vacina contra dengue

    NATÁLIA CANCIAN
    DE BRASÍLIA

    23/03/2015 13h56

    O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse nesta segunda-feira (23) que pedirá "prioridade" na análise do registro da vacina contra dengue assim que receber o pedido do Instituto Butantã, laboratório responsável pelos testes e produção do insumo.

    A afirmação ocorre após o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciar que pretende pedir autorização à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para que seja aplicada a vacina ainda em testes na população.

    A ideia é tentar conter o avanço da doença no Estado, que já soma mais de 196 mil casos notificados e 67 mortes em decorrência da doença somente neste ano.

    "Se chegar esse pedido, tomarei a iniciativa de pedir prioridade à Anvisa", afirmou Chioro, após evento na Câmara dos Deputados.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Segundo o ministro, caberá à diretoria e à equipe técnica da agência, no entanto, analisar se já há condições da vacina ser submetida à população. O impasse ocorre porque o produto ainda está na segunda etapa de testes clínicos –o procedimento tradicional determina ainda uma terceira etapa, na qual a vacina é testada em um grupo maior de pessoas.

    Para Chioro, esse é um fator que "tem que ser analisado". "É claro que não podemos ultrapassar nenhuma das etapas previstas para o registro. Nem é isso que o governador quer, que gere insegurança", afirma.

    "Também é preciso ver que expectativa que isso pode criar na população, que pode deixar de tomar medidas de prevenção [porque haverá uma vacina]", completa.

    Além da vacina em testes pelo Instituto Butantã, outra vacina está sendo produzida e também em fase de testes pelo instituto Sanofi Pasteur, mas que prevê a aplicação de três doses –daí a escolha do governo paulista em pedir para que seja liberada antecipadamente a vacina do Butantã, que prevê apenas uma dose.

    Segundo Alckmin afirmou na última semana, há hoje 12 mil doses prontas da vacina, "que poderia ser utilizada já" por não apresentar contraindicações até o momento.

    A ideia é fazer a aplicação da vacina em regiões que estejam sendo muito afetadas pela doença. Segundo os últimos balanços, Sorocaba, Catanduva e São Paulo são as três cidades que mais possuem casos de dengue. Juntas elas somam 11.144 confirmações.

    Em nota, a Anvisa afirma que aprovou, em 2013, a realização de estudo clínico pelo Instituto Butantã para a produção da vacina, atualmente em fase 2. Nesta fase, informa a Anvisa, o estudo tem o objetivo de avaliar a segurança, "não sua eficácia".

    A agência diz que não recebeu, até a tarde desta segunda-feira (23), nenhum pedido de registro de vacinas contra a dengue ou de análise dos resultados de estudos em andamento.

    "A viabilidade do uso excepcional da vacina da dengue terá que ser avaliada após o recebimento da solicitação, de acordo com os dados apresentados para subsidiar o pedido", informa.

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