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    Número de roubos cai pelo segundo mês seguido no Estado de São Paulo

    REYNALDO TUROLLO JR.
    DANTE FERRASOLI
    DE SÃO PAULO

    25/03/2015 16h29

    Os registros de roubos caíram tanto no Estado (-5,5%) como na cidade de São Paulo (-5,9%) em fevereiro deste ano, na comparação com o mesmo mês do ano passado.

    No Estado, o número de roubos registrados no mês passado foi de 23.878, enquanto no mesmo mês de 2014 atingiu 25.279. Já na capital, foram 12.396 roubos em fevereiro de 2015, contra 13.171 no mesmo mês do ano passado.

    Essa é a segunda queda consecutiva –em janeiro, os roubos haviam diminuído 4,1% no Estado e 1,7% na capital, em relação a janeiro de 2014.

    Editoria de Arte/Folhapress
    Evolução dos roubos em SP
    Evolução dos roubos em SP

    O secretário estadual da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, comemorou na tarde desta quarta-feira (25) a queda nos roubos. Os dados reforçam a interrupção numa série de 19 altas seguidas de roubos que se arrastou de junho de 2013 a dezembro de 2014.

    HOMICÍDIOS

    Os homicídios no Estado se mantiveram estáveis, com 330 casos registrados nos meses de fevereiro de 2014 e de 2015. Já na capital paulista, os homicídios subiram 8%, passando dos 86 casos registrados em fevereiro do ano passado para os 93 registrados no mês passado.

    "São Paulo é o único Estado do Brasil que conseguiu [taxa de homicídios com] um único dígito –9,86 homicídios por 100 mil habitantes", disse o secretário da Segurança Pública. A taxa refere-se ao acumulado do período dos últimos 12 meses.

    Sobre o aumento de homicídios na capital, Moraes disse que determinou à delegada Elisabete Sato, do DHPP (departamento de homicídios), que investigue as causas. "Vamos mapear o porquê desse aumento, se são casos isolados ou interligados."

    A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que a taxa não exceda 10 casos por 100 mil habitantes.

    "Se olharmos para outros meses, ora sobe um pouquinho, ora cai um pouquinho. Há uma tendência de estabilização", diz Lígia Rerchenberg, do instituto Sou da Paz,

    ROUBOS

    Embora os roubos tenham diminuído em relação a 2014, eles ainda estão muito acima dos números dos anos anteriores, como 2013 e 2012.

    Moraes disse, atribuindo essa conclusão à imprensa, que os números subiram muito em 2014 por causa da delegacia eletrônica (que passou a permitir BOs de roubos pela internet em dezembro de 2013), o que teria diminuído a subnotificação.

    A coordenadora de gestão do instituto Sou da Paz levanta a possibilidade de a queda atual também tenha a ver com isso.

    "Nos primeiros meses do ano passado, tivemos um aumento muito expressivo dos roubos por causa da possibilidade de fazer o registro via delegacia eletrônica. Essa queda pode ser consequência disso, pois estamos comparando com um período muito atípico", diz Lígia.

    No mês passado, o secretário da Segurança ponderou que seria necessário que houvesse queda nos registros de roubos por, ao menos, três meses seguidos para configurar uma tendência. Em geral, especialistas em segurança pública têm essa mesma cautela.

    PERIFERIA

    Como a Folha mostrou na segunda (23), os roubos têm mudado a rotina de moradores da periferia, onde eles vinham crescendo mais. Mulheres já não vão mais sozinhas aos pontos de ônibus de manhã e o comércio aberto após as 19h conta com a "caixinha" do assaltante.

    Os DPs responsáveis pelas áreas dos dez distritos administrativos mais pobres da capital registraram juntos, em 2014, 18.972 roubos –aumento de 37% em relação a 2013. Já os DPs que cobrem as áreas dos dez distritos mais ricos tiveram 15.030 roubos, 19,1% a mais, na mesma comparação (2013-2014).

    O secretário afirmou nesta quarta que a reportagem vai ao encontro de uma realidade que ele já havia percebido desde antes de assumir o cargo, em janeiro. "Os delitos patrimoniais migraram para a periferia, pois as pessoas passaram a consumir mais. Nós vamos prosseguir nesse estudo, na redistribuição [dos policiais pela cidade]."

    Moraes também afirmou que a polícia está mais efetiva e destacou o aumento dos número de prisões. "O que mostra a efetividade policial é que nós temos, neste primeiro bimestre, comparado aos primeiros bimestres dos outros anos da série histórica [iniciada em 2001], o maior número de prisões já registrado", afirmou.

    Foram feitas no Estado, em janeiro e fevereiro deste ano, 27.485 prisões, tanto flagrantes como decorrentes de mandados judiciais.

    VEÍCULOS

    Os roubos de veículos, que constituem um indicador à parte, também caíram tanto no Estado como na capital em fevereiro – -27,3% e -29%, respectivamente.

    No Estado, os roubos de carro chegaram a 6.499 em fevereiro deste ano, enquanto em 2014 o número tinha alcançado 8.942. Já na capital paulista, foram 3.261 roubos de veículos no mês passado, contra os 4.588 que tinham sido registrados em fevereiro do ano passado.

    O governo atribui o fenômeno à Lei dos Desmanches, que entrou em vigor em julho de 2014 e criou regras mais rígidas para a comercialização de peças usadas no Estado de São Paulo. Desde então, muitos desmanches foram fechados.

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