• Cotidiano

    Wednesday, 01-May-2024 22:30:29 -03

    Prefeitura abandona a ampliação do rodízio de veículos em São Paulo

    LEANDRO MACHADO
    DE SÃO PAULO

    26/03/2015 02h00

    O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), abandonou de vez a ideia de estender o rodízio de veículos a vias da periferia e de aumentar o período de restrição para além dos horários de pico.

    Hoje, o rodízio de veículos vale no chamado centro expandido das 7h às 10h e das 17h às 20h, com exceção de finais de semana e feriados.

    A expansão das vias foi dada como certa no ano passado pelo secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto.

    Ele queria incluir no sistema 400 ruas e avenidas, num total de 371 km, inclusive na periferia. Eixos importantes, como a Radial Leste teriam trechos"proibidos" maiores.

    Na época, Tatto dizia que a medida diminuiria o número de carros nas ruas e melhoraria a fluidez do trânsito.

    Outra ideia da gestão Haddad era aumentar o período de restrição para o dia inteiro, fórmula implantada durante a Copa e que, na ocasião, reduziu os congestionamentos.

    Agora, segundo a Folha apurou, o prefeito decidiu abandonar as duas propostas. Ele recebeu estudos da CET que não comprovavam uma melhoria do tráfego com a expansão de rodízio de veículos.

    Para justificar a desistência, Haddad usa o termo "mexicanização", numa referência à Cidade do México. Para fugir da norma, mexicanos compraram mais de um carro, e a frota acabou aumentando, em vez de diminuir.

    FROTA CRESCENTE

    No ano da implantação do rodízio, em 1997, São Paulo tinha 4,4 milhões de veículos –com exceção das motos. À época, a expectativa era que 20% deixassem de circular nos horários de pico.

    Mas o efeito inicial foi anulado porque a frota cresceu 55% nos últimos 18 anos, atingindo 6,8 milhões neste ano.

    "Quem tem renda alta compra outro carro. Quem não tem muda o horário da viagem. O rodízio hoje é inócuo", diz Horácio Figueira, especialista em transporte.

    "O correto seria não proibir as pessoas de circular, mas sim propiciar transporte de qualidade. Ônibus e metrô em São Paulo são superlotados", diz Sergio Ejzenberg, especialista em trânsito.

    Editoria de arte/Folhapress

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024