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    Polícia acha heroína na cracolândia; favelinha cresce e já dobra esquina

    GIBA BERGAMIM JR.
    DANTE FERRASOLI
    DE SÃO PAULO

    27/03/2015 02h00

    Marlene Bergamo/Folhapress
    Favelinha da cracolândia, que cresceu, dobrou a esquina e se espalhou pela rua Helvétia, na Luz (centro de São Paulo); polícia achou heroína na região
    Favelinha da cracolândia, que cresceu, dobrou a esquina e se espalhou pela rua Helvétia, na Luz (centro)

    A Polícia Civil encontrou 88 gramas de heroína na cracolândia, na Luz (centro de São Paulo), na primeira apreensão dessa droga já feita na região famosa como reduto de crack.

    A heroína estava com dois cidadãos da Tanzânia, Chila Abdul Bakari e Omari Masimba, que foram presos.

    A suspeita da polícia é que traficantes estejam tentando estabelecer um novo mercado para popularizar a droga em São Paulo -EUA e Europa são os destinos mais comuns.

    A apreensão ocorre em meio à expansão da chamada favelinha da cracolândia, onde o tráfico de drogas e o fluxo de viciados cresceram para uma condição de "descontrole", segundo a gestão Fernando Haddad (PT), três meses após a própria prefeitura prometer sua remoção.

    As moradias num terreno da alameda Cleveland dobraram a esquina e se espalharam pela rua Helvétia.

    Em novembro, a Folha mostrou que o fluxo havia crescido na cracolândia apesar de programas de Haddad e da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) para os dependentes.

    Na ocasião, a favela havia ocupado a esquina, com 48 barracos. Agora, além dos que já existiam, ao menos sete novos surgiram na Helvétia e outros cinco na Cleveland.

    Em dezembro, a prefeitura prometia uma operação organizada para desocupar a área.

    Entre a tarde e a noite desta quarta (25), as barracas ocupavam todo o entorno do edifício onde funciona o Recomeço, programa do governo do Estado para incentivar o tratamento de viciados.

    A prefeitura atua na mesma área por meio do Braços Abertos, que paga até R$ 15 por dia de trabalho na varrição de rua e oferece quartos de hotel aos dependentes interessados em se tratar.

    "Houve um descontrole do território, a situação degringolou. Isso não significa descontrole do Braços Abertos", disse à Folha a secretária municipal de Assistência Social, Luciana Temer, para quem houve queda do efetivo da PM.

    A Secretaria da Segurança Pública disse que a região "é uma das mais bem policiadas do Estado" –e que, em 2014, 378 pessoas foram presas na área. Afirmou que "o consumo de crack é um problema de saúde pública" e que "a PM dá suporte aos agentes sociais e de saúde".

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