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    Haddad inaugura Centro de Cidadania LGBT e enfrenta avalanche de selfies

    FELIPE SOUZA
    DE SÃO PAULO

    27/03/2015 14h38

    Danilo Verpa/Folhapress
    Haddad tira fotos com pessoas que participavam da inauguração do Centro de Cidadania LGBT, no centro
    Haddad tira fotos com pessoas que participavam da inauguração do Centro de Cidadania LGBT

    Uma avalanche é a melhor definição para o tumulto formado por gays, travestis e lésbicas para tirar uma selfie (autorretrato) com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), nesta sexta-feira (27).

    Com paciência e sorridente, Haddad atendeu a todos os pedidos durante a inauguração do Centro de Cidadania LGBT, na região do Arouche (centro).

    Antes do alvoroço causado no encerramento, a cerimônia teve emoção.

    Com lágrimas nos olhos, a assistente social Tais Sousa, 33, interpretou Balada de Gisberta, de Maria Betânia, na abertura da cerimônia. "Eu me inspirei na morte do travesti brasileiro assassinado em Portugal em 2006 [Gisberto Sauce Neto] para transmitir o que sinto. Infelizmente, no Brasil sempre precisamos mostrar a dor de outra pessoa para evitar que se repita e pedirmos mais direitos", disse.

    Sousa conta com orgulho a experiência de superação para ser a primeira travesti assistente social da América Latina. "Eu sofri muito preconceito na faculdade porque eu estava num meio onde tinha muitas mulheres de vereadores e pessoas importantes que não me aceitavam. Estou aqui para mostrar que todas podem conquistar seu espaço, pois já morei na rua, sofri transfobia e venci."

    Casada há quatro anos, Sousa não deixa de comentar, com respeito, sobre a fama do "prefeito gato". Eu acho [o Hadadd] muito charmoso e muito elegante. Mas o mais importante é ter um olhar diferenciado para a diversidade sexual. Temos de dar mérito para as pessoas que olham pelas minorias e valorizam as diferenças, como o Haddad", disse.

    O Centro LGBT substitui o atendimento do Centro de Combate à Homofobia, que funcionou no Pateo do Colégio até março de 2015. A nova estrutura conta com 20 funcionários, entre psicólogos, advogados, assistentes sociais e agentes de direitos humanos.

    O centro custou R$ 1 milhão, sendo R$ 200 mil repassados pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e R$ 800 mil da Prefeitura de São Paulo. O local funcionará de segunda a sexta-feira, das 9h às 21h.

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