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    Greve dos garis entra no 8º dia e provoca acúmulo de lixo na Grande SP

    DE SÃO PAULO

    30/03/2015 16h19

    A greve dos garis entrou no oitavo dia nesta segunda-feira (30) e continua a provocar transtornos em algumas cidades paulistas. Uma das regiões mais afetadas é a do ABC, na região metropolitana de São Paulo, onde os moradores disputam espaço nas calçadas com o lixo.

    A paralisação da categoria começou na última segunda-feira (23) e, segundo a Femaco (federação dos trabalhadores de limpeza), tem a adesão de 30 mil trabalhadores de 130 cidades. Ao todo, há 17 sindicatos –todos com data-base em março– parados. Cidades como São Paulo e Campinas têm data-base em setembro e, por isso, não participam da atual negociação de reajuste.

    A categoria reivindica aumento de 11,73% nos salários, enquanto o Selur (Sindicato das Empresas Urbanas de São Paulo) oferece 7,68%. As duas partes já realizaram audiências de conciliação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), mas nenhum acordo foi fechado. O TRT chegou a propor aumento de 9,5% para a categoria, o que não foi aceito pelas partes.

    Segundo a federação, o salário dos garis varia em torno de R$ 900 e R$ 1.200. No ano passado, o reajuste da categoria foi de 10%.

    Danilo Verpa/Folhapress
    Lixo acumulado na avenida Andrade Neves, em Santo André (Grande SP), devido à greve dos garis
    Lixo acumulado na avenida Andrade Neves, em Santo André (Grande SP), devido à greve dos garis

    Na semana passada, o Tribunal determinou que os sindicatos mantenham 70% do funcionamento dos serviços em limpeza urbana trabalhando normalmente e 100% nos serviços de aterro sanitário e coleta hospitalar, sob pena de multa diária de R$ 100 mil. A categoria afirma que está cumprindo a medida.

    Em Santo André, a prefeitura afirma que o serviço de limpeza está sendo feito pelos trabalhadores que não aderiram a paralisação e por funcionários próprios do Semasa (serviço municipal de saneamento), que estão auxiliando nesse trabalho durante a greve.

    Segundo a prefeitura, 70% dos trabalhadores responsáveis pela coleta estão trabalhando e os serviço de resíduo infectante está operando normalmente. Já o serviço de varrição não está tendo o percentual de funcionários estabelecido pelo TRT.

    Ainda de acordo com a administração municipal, todos os veículos do processo de limpeza estão acompanhados de escolta da Guarda Civil Municipal nesta terça, por conta do medo de piquetes por parte dos grevistas. Policiais militares também fazem a segurança do aterro municipal.

    A Prefeitura de São Caetano afirmou que grevistas estão impedindo o acesso a aterros municipais e, por isso, o lixo recolhido está sendo depositado no terreno da Matarazzo. A administração afirma que o material está sendo acondicionado para não prejudique o solo do local e deverá ser removido assim que o acesso aos aterros foi liberado.

    Tanto a prefeitura de São Caetano como a de Santo André estão orientando os moradores a evitar o depósito de lixo nas ruas e avenidas das cidades. Isso para evitar a proliferação de insetos e doenças, além do mau cheiro. Na semana passada, a Prefeitura de Mauá fazia o mesmo pedido para a população.

    Nesta segunda, a Prefeitura de Mauá afirmou que apenas a coleta hospitalar e de materiais infectantes tem sido realizada normalmente, enquanto os serviços de coleta e varrição permanecem comprometidos –sem cumprir a determinação do TRT de 70%. Com isso, estão sendo priorizadas as coletas no centro e locais de feiras livres.

    A Prefeitura de Osasco afirmou na tarde desta segunda que a determinação do TRT está sendo respeitada na cidade, "porém com estes números a coleta é deficiente". A administração municipal afirmou que tem se esforçado para complementar a coleta com caminhões e máquinas próprias, o que tem sido "eficiente".

    Procurada pela reportagem, a assessoria da Femaco negou que os grevistas estejam impedindo o trabalho dos funcionários que não aderiram à paralisação. Ela acusou ainda as prefeituras e empresas de usarem pessoal não treinado e sem equipamentos para fazer o serviço de coleta, o que é negado pelas administrações municipais.

    A reportagem questionou outras prefeituras da região metropolitana sobre as coletas, mas elas ainda não comentaram a situação.

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